Butantan cria comitê para estudar produção de vacina contra varíola dos macacos – Mais Brasília
FolhaPress

Butantan cria comitê para estudar produção de vacina contra varíola dos macacos

Grupo de especialistas vai avaliar fabricação de imunizante em razão do crescente número de casos no país

Foto: Reprodução

O Instituto Butantan, de São Paulo, criou um comitê técnico para estudar a produção de vacinas contra a varíola dos macacos. Segundo o órgão, a decisão ocorre por haver “iminência de um possível surto da doença”.

Até domingo (3/7), o país tinha 76 casos confirmados da doença, segundo o Ministério da Saúde. Atualmente, o Brasil não possui vacinas contra a varíola.

A portaria de criação do comitê no Instituto Butantan diz que “se nota uma crescente incidência de casos e surtos relatados, o que está levantando preocupações sobre a disseminação futura da doença”.

O comitê, formado por nove especialistas, tem como atribuições assessorar a entidade para uma “eventual produção da vacina”. Eles vão conduzir estudos e propostas sobre a viabilidade da produção.

A pouca capacidade de produção da vacina para barrar a transmissão do vírus é um aspecto que preocupa especialistas

A OMS (Organização Mundial da Saúde) pediu na sexta-feira (1º) uma ação urgente na Europa para conter a propagação da varíola dos macacos. Segundo a entidade, foram registrados 5.322 da doença em mais de 50 países -a maioria deles em território europeu.

A entidade, contudo, decidiu ainda não classificar a varíola dos macacos como emergência sanitária global.

Um dos pontos ainda em avaliação pela OMS é como o vírus se propagou tão rápido em diferentes países -fora da África, onde a doença é endêmica, esse é o maior surto já visto.

No Brasil, o primeiro caso no Brasil foi registrado em 8 de junho, em São Paulo, em um homem de 41 anos que viajou para Espanha e Portugal. Em menos de um mês, o número de casos no país passou para 76.

Como não há vacinas no país, o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, disse que a pasta estava em contato com a Opas (Organização Pan-Americana da Saúde) para avaliar compras de doses, mas ainda em avaliação.

A transmissão da varíola dos macacos acontece por meio de contato próximo. A infecção pode ser por vias respiratórias, mas é preciso contato face a face perto por tempo prolongado.

Outra forma de infecção é por meio das feridas, parecidas com bolhas, que a varíola dos macacos causa na pele. Febre e dores no corpo são outros sintomas da doença.

Diminuir a transmissão envolve principalmente isolamento dos casos suspeitos e confirmados.