Com prejuízos de mais de R$ 100 mil, comerciantes de Petrópolis querem ajuda – Mais Brasília
FolhaPress

Com prejuízos de mais de R$ 100 mil, comerciantes de Petrópolis querem ajuda

Chuvas da cidade causaram um prejuízo de mais de R$ 78 milhões

Foto: Tânia Rêgo/Agência Brasil

Comerciantes que perderam equipamentos e mercadorias nas chuvas que devastaram Petrópolis relatam prejuízos de mais de R$ 100 mil e dizem que estão recebendo poucas informações da prefeitura sobre eventual auxílio financeiro.

Em meio ao cenário de incertezas, as contas vão chegando, aumentando ainda mais a angústia dos empreendedores.

É essa a situação da comerciante Ana Cristina Moreira, que administra com o marido uma loja de materiais de construção há mais de 20 anos. “A gente depende dessa loja. O nosso sustento sai daqui. Meu marido trabalha de domingo a domingo nela. Estamos incertos e sem saber o que fazer.”
Ela diz que a única certeza que tem é a vontade de reerguer o estabelecimento, cujas mercadorias foram levadas pelas águas durante o temporal. Moreira calcula que o prejuízo passe dos R$ 100 mil.

“Não tivemos tempo de salvar nada. No dia e na véspera da chuva tinha chegado mercadoria, cimento e foi tudo embora. A gente chegou a chorar e pensar em desistir, mas a gente depende disso aqui. Não temos outra fonte de renda.”

De acordo com uma pesquisa feita pelo IFec RJ (Instituto Fecomécio de Pesquisas e Análises), as chuvas na cidade causaram um prejuízo de mais de R$ 78 milhões ao comércio local.

Segundo o estudo, 65,8% dos comerciantes tiveram perda ou queda de faturamento e 32,4% tiveram seus estabelecimentos ou depósitos alagados. O levantamento ouviu 245 comerciantes entre os dias 16 e 17 de fevereiro.

Já a Firjan (Federação das Indústrias do Rio de Janeiro) estima que o PIB (Produto Interno Bruto) de Petrópolis deve sofrer perdas de R$ 665 milhões por causa dos estragos provocados pela chuva.

Os empresários que já têm alguma previsão de reabertura disseram que levará em média 13 dias para isso acontecer. Um em cada três entrevistados, porém, não sabe dizer quando poderão reabrir seus estabelecimentos. A Firjan ouviu 286 empresas entre os dias 16 e 18 de fevereiro.

Para diminuir as incertezas, Ana Cristina diz precisar de respostas das autoridades, algo que, segundo ela, está demorando a chegar.

“Tem que ter ajuda e incentivos da prefeitura, porque senão a gente não sabe como vai fazer”, afirma. “Está faltando uma resposta rápida e informações, porque a gente perdeu tudo.”

Avaliação parecida faz a comerciante Rosenilda Câmara Xavier, 43. “Está faltando informação da prefeitura. Hoje, a gente não teve nada em relação ao que a gente deve fazer. Acredito que eles estão fazendo algum plano. O comércio precisa saber o que vai ser feito para que a gente tenha uma direção. O que o governo vai oferecer para a gente?”, indaga.

Proprietária de um pequeno estúdio de pilates, ela diz que a chuva afetou principalmente a parte elétrica do estabelecimento. “A princípio, a gente não sabe ainda qual foi o maior prejuízo, porque a gente está tentando se reestabelecer ainda. Mas acredito que metade do meu estúdio foi bem comprometida”, diz ela, que estava tirando lama do estúdio na manhã de domingo (20).

“O que posso dizer é que o microempreendedor está em uma situação de incertezas. A gente tem que ver quais vão ser os recursos que vão vir junto aos órgãos públicos e o que o prefeito vai fazer por toda essa cadeia”, afirma ela.

Em nota, a Prefeitura de Petrópolis diz que está levantando informações de empresários que sofreram prejuízos durante as chuvas de terça-feira.

“O objetivo é fazer um diagnóstico preciso do impacto financeiro sofrido pelos comerciantes, para que assim o município possa buscar formas de recuperar o setor.”

Além disso, a prefeitura diz estudar a prorrogação, redução e a isenção de tributos municipais, como o IPTU (Imposto Predial e Territorial Urbano) e o ISS (Imposto Sobre Serviços).

Já na semana passada, o governador Cláudio Castro (PL) sancionou uma lei estabelecendo uma linha de crédito de R$ 50 mil a R$ 500 mil a micro, pequenas e médias empresas atingidas pelos temporais.
Os empresários terão até 12 meses de carência antes de começar a pagar o empréstimo. O crédito emergencial pode ser solicitado no site https://www.agerio.com.br/credito-emergencial.

Por Matheus Rocha