Frequentadores da cracolândia provocam quebra-quebra na região central de SP – Mais Brasília
FolhaPress

Frequentadores da cracolândia provocam quebra-quebra na região central de SP

"Quebra tudo", gritou um deles em vídeo gravado por um morador da região

Foto: Divulgação

Frequentadores da cracolândia, instalada no quarteirão da rua Helvétia entre a alameda Barão de Campinas e a avenida São João, provocaram tumulto e quebra-quebra na madrugada desta quinta-feira (2/6) em ruas da região central de São Paulo.

Eles jogaram pedras e objetos em carros que passavam pelas avenidas Duque de Caxias e São João, quebraram vidros, chutaram portas de lojas e colocaram fogo em sacos de lixo espalhados pelas ruas. “Quebra tudo”, gritou um deles em vídeo gravado por um morador da região.

Moradores de prédios localizados em bairros como Campos Elíseos e Santa Cecília registraram a movimentação por meio de vídeos, fotos e relatos sobre o ocorrido. Em um dos vídeos, uma moradora chega a rezar pedindo que os dependentes químicos não quebrassem nada.

Segundo um morador da rua Helvétia, a movimentação começou por volta das 23h30, quando uma suposta liderança do grupo determinou que todos saíssem do novo fluxo da cracolândia. “Vamo bora”, disse o homem.

Em poucos minutos todos obedeceram e seguiram em direção à avenida São João, no início sem gritaria e confusão.

“A rua ficou deserta. Todos os dependentes se foram e por alguns minutos a paz prevaleceu”, disse o morador. Por segurança, ele prefere não ser identificado.

De acordo com essa testemunha, a polícia impediu que o grupo caminhasse em direção à praça Princesa Isabel, onde ficava a cracolândia antes da operação realizada na madrugada do dia 11 de maio. Eles voltaram para a rua Helvétia e nesse retorno ocorreu a confusão.

“Eu estava deitado para dormir quando ouvi gritos e barulho de pedras sendo jogadas”, conta a professora Rebeca Drago, 31, moradora da avenida São João. Da janela, ele viu os frequentadores da cracolândia se deslocando. “Gritavam para deixar eles em paz, diziam que queriam paz”.

Rebeca testemunhou também o desespero de motoristas que passavam pela avenida. Vários carros entraram na contramão para fugir do tumulto. Veículos estacionados viraram alvo de pedras e tiveram vidros quebrados.

“Estou tomada de ansiedade, desespero e tristeza em ver tanta violência”, disse a professora, que não conseguiu dormir após presenciar o quebra-quebra.

Também moradora da avenida São João, a jornalista Fernanda Martins, 33, começou a ouvir barulho de buzinas e gritaria pouco depois da meia-noite.

“Eles estavam muito alterados, batendo na porta dos comércios, ouvi barulho de vidro sendo quebrado”, relata. “Chegaram a se espalhar pela rua e a fechar rapidamente a São João. Teve carro que deu ré e outros pisaram fundo”.

Após a confusão, os usuários de drogas voltaram para a Helvétia. “Aqui de casa eu ouço: oh a maconha”, disse, às 2h, o morador que presenciou o tumulto do início ao fim durante a madrugada.

Por Cristina Camargo e Paulo Eduardo Dias