Frio faz capitais anteciparem campanha de agasalho e reforçarem abrigos – Mais Brasília
FolhaPress

Frio faz capitais anteciparem campanha de agasalho e reforçarem abrigos

A chegada de uma frente fria e de ciclone no país nesta semana fez prefeituras de capitais anteciparem medida

Foto: Rovena Rosa/Agência Brasil

A chegada de uma frente fria e de ciclone no país nesta semana fez prefeituras de capitais anteciparem campanhas do agasalho e reforçarem a abordagem a pessoas em situação de rua.

No Rio de Janeiro, cujos termômetros devem marcar mínima de 17°C na semana, segundo o Cptec (Centro de Previsão de Tempo e Estudos Climáticos), a prefeitura já montou um esquema especial para ajudar quem está sem abrigo.

A Secretaria de Assistência Social antecipou em um mês a campanha do agasalho para receber a partir desta terça (17) doações de roupas e calçados de frio nos Creas (Centro de Referência Especializado de Assistência Social) na região central da cidade.

A ideia é disponibilizar nesses espaços alimentação, água e itens para combater o frio, como roupas, calçados e cobertores.

Além disso, as três unidades funcionarão 24 horas por dia para atender pessoas em situação de rua e encaminhá-las aos abrigos da prefeitura. Atualmente, há 2.600 vagas disponíveis e a previsão é de que sejam criadas mais 166.

Já a filial fluminense da Cruz Vermelha também começou a arrecadar agasalhos nesta semana para doar a pessoas em situação de rua e em vulnerabilidade social.

Itens como casacos e cobertores podem ser entregues na sede da instituição, que fica na praça da Cruz Vermelha, centro do Rio. A expectativa é que cerca de 4.000 famílias sejam beneficiadas pela campanha até o dia 30 de setembro, quando a iniciativa deve chegar ao fim.

No Rio Grande do Sul, a combinação de temperaturas em baixa, com mínimas em torno de 8°C, e possibilidade de ventos com mais de 60 km/h fez com que a Prefeitura de Porto Alegre antecipasse parte dos esforços que estavam previstos para a chamada Operação Inverno, que começaria oficialmente em 4 de junho.

Desde segunda-feira (16), 12 equipes percorrerão as ruas até as 22h fazendo “busca ativa”, em que pessoas em situação de rua são abordadas e, se assim desejarem, transportadas para albergues, abrigos e pousadas conveniadas à Secretaria de Desenvolvimento Social.

Conforme o secretário titular da pasta, Léo Voigt, Porto Alegre enfrentará o inverno de 2022 com a capacidade de acolhimento na rede municipal ampliada em 60% graças à cobertura vacinal contra a Covid-19, que possibilitou o retorno do distanciamento normal entre as camas em albergues e abrigos.

Pelo mesmo motivo, a prefeitura decidiu, por ora, não usar o ginásio Gigantinho para acolhimento noturno, como aconteceu no ano passado.

“O ginásio foi uma boa opção para o estágio mais crítico da pandemia, por ser arejado e propiciar maior distanciamento entre os leitos, mas não se trata da melhor opção para as pessoas atendidas. É frio e não tem uma estrutura adequada para banho quente, por exemplo”, explica o secretário.

A prefeitura terá ainda um plantão noturno por telefone para que a população acione as equipes de busca e pontos de coleta de agasalho (ver quadro abaixo). Além disso, há convênio com dez igrejas católicas que poderão receber até dez moradores de rua cada uma se for necessário.

A partir de 4 de junho, a prefeitura ampliará em definitivo a rede de acolhimento em 140 leitos noturnos. Conforme Voigt, se somados albergues e toda a rede de apoio, Porto Alegre terá a capacidade de resguardar simultaneamente 1.800 pessoas do frio. Em 2021, nos dias de maior procura esse número chegou a 1.090.

Curitiba deve registrar as menores temperaturas entre as capitais, com mínimas de até 2°C nesta quarta-feira (18). O alerta de geadas foi emitido para todo o Estado, mas sem condições favoráveis para neve, como pode ocorrer nos demais estados do Sul.

Somente no domingo (15) e na madrugada desta segunda-feira (16), a cidade registrou 91 atendimentos a pessoas em situação de rua. Com o frio intenso, a prefeitura reforçou a ações de abordagem nas ruas e acolhimento em abrigos, nos quais é possível tomar banho, alimentar-se e dormir. Aqueles que não aceitam o encaminhamento recebem agasalhos e cobertores.

Os atendimentos são feitos pelas equipes que circulam pela cidade, das 18h à 1h, também com base nas solicitações realizadas pelo telefone 156, da central da prefeitura.

As vagas estão em 19 unidades, sendo 10 de acolhimento institucional, 3 hotéis sociais, 4 casas de passagem (para pernoite) e 2 repúblicas para famílias migrantes. Animais de estimação também são encaminhados junto com seus tutores para os abrigos municipais com canis.

Aos que dispensam os abrigos, há a ajuda de voluntários e ONGs que desenvolvem ações pontuais, como distribuição de comida, roupas e bebidas quentes. É o que fará o grupo Itinerante Resistência.

“Tudo vem de doação e todos são voluntários. Na Praça Tiradentes entregamos marmita no jantar e nas principais ruas e avenidas, onde eles estão, entregamos café, sanduíches e bolos”, conta a fundadora do grupo, Tatiane Dorte.

Em todo o Paraná, são cerca de 10 mil pessoas em situação de rua, segundo o Cadastro Único do governo federal. Destes, 85% são homens. Em Curitiba, eles representam 92% das 1.191 pessoas nestas condições, segundo a FAS (Fundação de Ação Social).

Em Belo Horizonte, a previsão de chegada de onda de frio fez com que a prefeitura adotasse um plano de contingência para atendimento à população de rua da capital.

A estratégia prevê a intensificação da atuação de equipes do serviço especializado de abordagem social que atuam nas nove regionais da capital.

As equipes farão abordagens a moradores de rua principalmente à noite, com orientações para o período, encaminhamento para unidades de acolhimento e entrega de cobertores.

Nas unidades de acolhimento foi criado sistema de monitoramento de ocupação das vagas, havendo a possibilidade de ampliação do atendimento.

O município tem 600 vagas diárias de acolhimento na modalidade casa de passagem com alimentação, higienização, guarda de pertences e pernoite.

Na área da saúde, o protocolo atual é o transporte para as UPAs (Unidade de Pronto Atendimento) de moradores de rua encontrados pelas equipes do serviço social com hipotermia. O transporte será feito via unidades do Samu (Serviço de Atendimento Médico de Urgência).

SAIBA COMO AJUDAR

CURITIBA

A FAS deu início a uma campanha para doações de roupas, especialmente masculinas, como agasalhos, meias e cuecas. Os interessados em ajudar também podem se inscrever como voluntários, por meio do portal online que irá ao ar nos próximos dias, no site da prefeitura. Disque Solidariedade, sede da FAS, rua Eduardo Sprada, 4520 – (41) 3350-3596. Doações também podem ser feitas nos supermercados Condor e Festval de Curitiba, Lojas Havan e Igrejas Adventistas.

PORTO ALEGRE

Para avisar a prefeitura sobre pessoas em situação de rua no frio, a população deve acionar o plantão da FASC (Fundação de Assistência Social e Cidadania) pelo número 156 opção 7. Para outros avisos sobre eventuais dados por conta do clima, podem ser acionados a Defesa Civil (199) e o Corpo de Bombeiros (193). Os pontos de coleta de agasalhos estão disponíveis em um mapa e uma lista no site da prefeitura

RIO DE JANEIRO

Endereços para doação de agasalhos:

Creas Maria Lina de Castro Lima – Rua São Salvador, 56, 2º andar, Flamengo – (21) 2205-4196 Creas Zilda Arns Neumann – Rua Cândido Magalhães , 88, Campo Grande – (21) 3292-4450 ou 3394-1049 Centro Pop Bárbara Calazans – Rua República do Líbano, 54, Centro – (21) 989091438 Cruz Vermelha, filial do Rio – Praça da Cruz Vermelha, 10/12, Centro – (21) 222419 41 / 2508 90 90

BELO HORIZONTE

Doações podem ser entregues na sede da Acolhida Solidária Dom Luciano Mendes de Almeida (Rua Além Paraíba, 208, bairro Lagoinha), de segunda a sexta-feira, das 8h às 17h; É preciso que as doações estejam em bom estado de conservação e adequadamente higienizadas – (31) 3422-7141