Influenciadora é condenada a 5 anos de prisão por tráfico na cracolândia – Mais Brasília
FolhaPress

Influenciadora é condenada a 5 anos de prisão por tráfico na cracolândia

Os investigadores apontaram que Lorraine Cutier Bauer Romeiro era conhecida na região como Gatinha da Cracolândia

Foto: Reprodução

A influenciadora digital Lorraine Cutier Bauer Romeiro, 19 anos, foi condenada a cinco anos de prisão por tráfico de drogas na cracolândia, no centro de São Paulo, conhecida pela venda de entorpecentes e fluxo de usuários. A decisão é da 14ª Vara Criminal de São Paulo e cabe recurso.

O juiz Fernando Augusto Andrade Conceição também determinou o pagamento de R$ 50 mil de multa.

Lorraine foi presa em 30 de junho do ano passado na rua Helvetia, em Santa Cecília, com dez embalagens unitárias de cocaína, seis de maconha e dez pedras de crack escondidas em suas roupas íntimas, segundo consta no processo. De acordo com a denúncia, o entorpecente estava embalado de forma unitária e pronto para a venda. Na ocasião, os investigadores apontaram que ela era conhecida na região como Gatinha da Cracolândia.

Segundo a sentença, Lorraine vai cumprir pena em regime domiciliar até se esgotarem os recursos. Ela é mãe de uma menina bebê. A defesa diz que vai recorrer da decisão.

De acordo com o processo, ao ser interrogada em juízo, a influenciadora negou tráfico de drogas. Conforme os autos, ela afirmou que apenas acompanhava o namorado que trabalha na região da cracolândia, quando saiu correndo durante uma operação policial pois nunca havia passado por uma situação como aquela.

Policiais militares que fizeram a prisão disseram que avistaram a influenciadora, que já era conhecida por fotos feitas pela Guarda Civil Metropolitana, no meio do fluxo de usuários de drogas. Segundo a PM, Lorraine permaneceu em silêncio na ocasião e tinha drogas escondidas no sutiã e na calcinha.

A policial militar que fez a prisão afirmou à Justiça que dava auxílio à GCM para limpeza da região, com a migração do grupo de pessoas de um local para o outro, “quando notou a ré andando no fluxo livremente, demonstrando certa hierarquia” e que “eles abriam caminho para ela”.

O magistrado afirmou na sentença que a influenciadora não apresentou qualquer testemunha que pudesse confirmar sua versão dos fatos, nem mesmo o ex-namorado. “Seu relato encontra-se isolado no contexto probatório com o qual, aliás, colide frontalmente.”

A advogada Patricia Aparecida Teixeira de Araújo Carvalho afirmou que vai recorrer da condenação e buscar redutores de pena. Segundo ela, o juiz, entre outras coisas, não levou em consideração a quantidade mínima de drogas citadas na ação.

Também vai recorrer da multa de R$ 50 mil aplicada pelo juiz. “Ela não trabalha e não se pode alegar que é de família de empresários, porque a pena é dela”, afirmou a advogada.

Segunda prisão Menos de um mês depois da operação na cracolândia, Lorraine foi presa novamente, em 22 de junho de 2021, em Barueri, na Grande SP.

Os investigadores encontraram a jovem na casa de seu companheiro, no Jardim Timbauhy, em Barueri -o homem já havia sido preso por tráfico anteriormente. Segundo a Polícia Civil, mais de 400 porções de crack, cocaína, maconha e ecstasy, além de quase cem frascos de lança-perfume, foram apreendidas no imóvel.

Lorraine também foi detida. Ainda de acordo com a versão policial, a jovem indicou que drogas eram armazenadas em prédio invadido na rua Helvétia, no centro de São Paulo. Lá, os agentes afirmam ter apreendido uma mochila com 85 porções de maconha, 295 de cocaína e oito de crack.

Também foram localizados 97 frascos de lança-perfume, 16 comprimidos de ecstasy, R$ 750 em dinheiro, uma balança de precisão, uma faca, um machado e um celular. “Ela foi absolvida neste caso”, diz a advogada.

Policiais ouvidos pela reportagem na época apontaram ela seria arrendatária de uma barraca de drogas, na qual pagava por semana à facção criminosa PCC (Primeiro Comando da Capital) entre R$ 3.000 e R$ 5.000, ainda segundo a investigação. Por mês, ela poderia ter faturado até R$ 500 mil com a venda de drogas, de acordo com estimativas da polícia.

Lorraine sempre negou ser responsável por tráfico de drogas. Ela chegou a ter mais de 36 mil seguidores em seu perfil no Instagram.

Por Fábio Pescarini