Investigado por disseminar fake news, Allan dos Santos é acusado de litigância de má-fé pelo Google

Na quinta-feira (21/10), o ministro Alexandre de Moraes (STF) ordenou a prisão de Santos

Em batalha jurídica com o influenciador bolsonarista Allan dos Santos, o Google afirma que o dono do site Terça Livre faz afirmações falsas e distorce fatos deliberadamente no processo, e pede sua condenação por litigância de má-fé.

Na quinta-feira (21/10), o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal, ordenou a prisão de Santos. A detenção foi determinada a pedido da Polícia Federal. A PGR (Procuradoria-Geral da República), por sua vez, foi contrária à medida.

Santos é investigado no Supremo no inquérito que apura a disseminação de fake news e ataques a integrantes da Corte e no que identificou uma milícia digital que atua contra as instituições democráticas do país.

O pedido do Google, feito na quinta-feira (14), se deu após os advogados de Santos alegarem que o Google descumpriu decisão da Justiça de SP quando tirou do ar o canal do Terça Livre no YouTube.

No entanto, diz o Google, o influenciador omitiu que havia sido informado que o motivo da exclusão havia sido a determinação de suspensão do canal por parte do Supremo Tribunal Federal e que ele havia sido informado disso.

A empresa anexou email enviado ao Terça Livre em que informa o motivo da remoção do canal.

Como mostrou o Painel, nas últimas semanas o Instagram, YouTube e Twitter suspenderam as contas de Santos e do seu site, o Terça Livre, também por ordem de Moraes no inquérito das mílicias digitais.

O Google diz que Santos apresenta “postura deliberada e sistemática de falsear a verdade para induzir percepções erradas no Poder Judiciário e/ou se valer do processo para fins de agitação midiática”.

O YouTube, controlado pelo Google, retirou o canal do ar o Terça Livre no final de janeiro, após reiteradas infrações a regras da plataforma. Allan recorreu à Justiça e desde então as partes se enfrentam no Tribunal de Justiça de São Paulo.

No começo de janeiro, o Terça Livre publico u um vídeo que apresentava alegações falsas de que fraudes teriam afetado o resultado das eleições nos Estados Unidos, nas quais Donald Trump foi derrotado. O material foi removido pelo YouTube e o canal foi advertido.

Cinco dias depois, em 12 de janeiro, o Terça Livre publicou vídeo em que Trump falava sobre o ataque ao Capitólio e, segundo os advogados, romantizava os atos de violência política. O vídeo também foi excluído pelo YouTube e o Terça Livre recebeu suspensão de sete dias.

No dia seguinte à suspensão, o Terça Livre fez live em canal alternativo, o que culminou na decisão do Google de excluí-los da plataforma. Em fevereiro, Allan recorreu ao mesmo expediente e publicou conteúdo nos canais Cortes do Terça Livre e AllanDosSantos, que então também foram retirados de circulação.

Por Camila Mattoso, Fábio Serpião e Guilherme Seto

 

 

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