Justiça nega pedido de liberdade à 'Gatinha da Cracolândia' – Mais Brasília
FolhaPress

Justiça nega pedido de liberdade à ‘Gatinha da Cracolândia’

Lorraine conseguia faturar cerca de R$ 500 mil vendendo drogas

Foto: Reprodução

A Justiça negou o pedido de liberdade provisória solicitada pela defesa de Lorraine Cutier Bauer Romeiro, 19 anos, presa em 22 de julho sob a suspeita de manter uma barraca, que venderia drogas, segundo a polícia, na região conhecida como cracolândia, no centro da capital paulista.

As investigações da 1ª Delegacia Seccional do centro de São Paulo apontam que Lorraine, conhecida na região como “Gatinha da Cracolândia”, conseguia faturar cerca de R$ 500 mil, vendendo drogas na chamada “feira da droga”, realizada dentro da cracolândia.

O juiz Gerdinaldo Quichaba Costa, da 13ª Vara Criminal de São Paulo, negou o pedido de conversão da prisão preventiva para domiciliar, solicitada pela defesa de Lorraine, argumentando que há requisitos para que a prisão da jovem seja mantida.

Ela nega os crimes, segundo o advogado José Almir, que afirmou nesta quarta-feira (29/9) ao Agora ter deixado o caso sem explicar as razões. O novo defensor não havia sido localizado até a publicação desta reportagem.

O magistrado da 13ª Vara Criminal argumentou na sua decisão, da última terça-feira (28/9), para manter a jovem presa, que Lorraine “já respondia outro processo” por tráfico de drogas e, por ter sido presa em flagrante, pela segunda vez, também com drogas, não pode responder ao caso em liberdade para “a garantia da ordem pública.”

Nesta quarta, o TJ-SP (Tribunal de Justiça de São Paulo) determinou que a Vara da Infância e da Juventude seja acionada, para verificar as condições em que está um bebê de nove meses, filho de Lorraine, que mora no interior do estado.

Como a defesa da presa argumentou, no pedido de liberdade, que a jovem criava a criança sozinha, sem ajuda do pai, a Justiça entendeu ser prudente confirmar as condições em que o bebê está.

Mulheres da cracolândia Lorraine, segundo policiais, era arrendatária de uma barraca de drogas e que para manter o espaço pagava de R$ 3 mil a R$ 5 mil por semana à facção criminosa PCC (Primeiro Comando da Capital), segundo a investigação.

“Os traficantes da região compravam tijolos de crack, chamados de ‘rapadura’, por valores entre R$ 20 mil e R$ 25 mil, e vendiam a peça inteira em três dias, lucrando entre R$ 45 mil e R$ 50 mil”, afirmou o delegado Roberto Monteiro, titular da 1ª Delegacia Secional do Centro, à época da prisão de Lorraine.

O policial disse ainda que agentes do 77º DP (Santa Cecília) se infiltraram por cerca de seis meses no fluxo de usuários de drogas da cracolândia e constataram que havia logística e hierarquia na comercialização de entorpecentes na região, principalmente crack.

Além de Lorraine, uma mulher de 51 anos, chamada de “Abelha Rainha”, foi detida no último dia 24, no centro de São Paulo, suspeita de fornecer drogas e também comercializá-las na cracolândia.

O apelido da mulher é uma referência à metáfora de uma colmeia de abelhas, usada por dependentes da região para ilustrar quando usuários se confrontaram com agentes de segurança para proteger a “feira da droga” que acontece na cracolândia.

A mulher é uma pessoa que, segundo a polícia, impõe respeito e também garante a “disciplina” na região.

Por Alfredo Henrique