Lula diz que ‘Gol tem que prestar contas’ sobre morte de cão em voo

Presidente também cobrou maior fiscalização: 'A gente não pode permitir que isso continue acontecendo no Brasil'

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou nesta quarta-feira (24) que a empresa aérea Gol tem que prestar contas pela morte do cachorro Joca durante um voo, após o animal ter sido embarcado para um destino errado.

O mandatário também disse que está usando, em seus compromissos, uma gravata com o desenho de um cachorro, em homenagem a Joca.

Lula divulgou um vídeo em suas redes sociais no qual aparece discursando durante agenda fechada com a ministra da Cultura, Margareth Menezes, para a sanção de projetos da área. O presidente então aborda a morte do cachorro em seu discurso. E afirma que a Anac (Agência Nacional de Aviação Civil) precisa fiscalizar para que situações desse tipo não se repitam.

“A minha gravata, ela tem um desenho de cachorrinho. Eu coloquei de manhã em protesto ao que aconteceu com o cachorro de um cidadão que mandou o seu cachorro para Sinop, em Mato Grosso. Esse cachorro, ao invés de ser embarcado para Sinop, ele foi embarcado para o Ceará. Quando chegou no Ceará descobriram que não era para lá, mandaram de volta e o cachorro morreu, porque ficou oito horas sem tomar água, preso, dentro do avião”, afirmou Lula.

“Então eu acho que a Gol tem que prestar contas, acho que a Anac tem que fiscalizar isso e acho que a gente não pode permitir que isso continue acontecendo no Brasil. Então essa gravata é homenagem e nossa solidariedade”, completa.

Um cachorro da raça golden retriever morreu na segunda (22) após ter voado para o destino errado num voo da Gol.

Joca tinha 4 anos de idade e viajaria de São Paulo (Aeroporto de Guarulhos) para Sinop, em Mato Grosso, junto do seu tutor, João Fantazzini. Por ser um cachorro de 47 kg e de grande porte, não pode ir embaixo do assento à frente e precisou ser despachado numa caixa adequada, indo no porão junto às malas dos passageiros.

Ao chegar em Mato Grosso, porém, João foi informado de que o seu cachorro não havia viajado no mesmo voo que ele e estava em Fortaleza, cidade 2.082 km distante.

A primeira-dama Janja Lula da Silva também usou suas redes sociais para protestar contra a morte do cachorro Joca. Ela divulgou um vídeo, ao lado do ministro Silvio Costa Filho (Portos e Aeroportos), na qual afirma ter ficado “abalada”, chama de “irresponsabilidade” a atuação da Gol no episódio e pede para que o membro do governo detalhe as ações que serão tomadas.

“Ontem todo mundo ficou sabendo do caso do Joca, que infelizmente, por irresponsabilidade da companhia aérea Gol, o cachorro veio a morrer no transporte. Ele foi tratado como carga e não como um ser vivo. E ontem isso me deixou muito abalada, à noite, eu falei disso com o presidente. Hoje inclusive ele colocou uma gravata de cachorrinho, eu falei ‘hoje você vai com essa gravata em homenagem ao Joca”, afirma a primeira-dama, que na sequência pede para o ministro explicar as ações.

Silvio Costa Filho então afirma que a Anac já oficiou a empresa Gol, que terá três dias para responder objetivamente sobre o episódio. E também pede em “caráter emergencial” que se busque regras mais dura e melhor governança das empresas para que “casos como esse não venham a ocorrer no Brasil”.

INVESTIGAÇÃO

A Anac e o Ministério de Portos e Aeroportos vão investigar a morte do animal.

O anúncio foi feito pelo ministro de Portos e Aeroportos, Silvio Costa Filho (Republicanos), e o deputado federal Fernando Marangoni (União-SP) na noite desta terça.

“O ministro e a Anac garantiram que vão abrir processo para apurar responsabilidades e, dependendo do que acontecer no processo, aplicar penalidades cabíveis”, disse Marangoni, em vídeo publicado nas redes sociais do deputado estadual de São Paulo, Rafael Saraiva (União-SP), que também participou da reunião.

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