Pessoas que fumam têm 30% de chance a mais de desenvolver câncer de pulmão – Mais Brasília
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Pessoas que fumam têm 30% de chance a mais de desenvolver câncer de pulmão

Para 2022, a estimativa do INCA é de 30.200 mil novos casos da doença no País

Foto: Banco Mundial/ONU

O tabagismo continua sendo o maior responsável pelo câncer de pulmão no Brasil e representa quase 90% dos casos. De acordo com o Instituto Nacional do Câncer, a previsão é de 30.200 mil novos casos da doença no País em 2022. Ainda segundo o INCA, 161.853 mil mortes poderiam ser evitadas anualmente se o tabaco fosse deixado de lado, sendo que cerca de ⅓ destes óbitos são decorrentes de algum tipo de câncer relacionado ao hábito de fumar. Segundo dados do Ministério da Saúde, pessoas que fumam têm 30% de chance a mais de desenvolver câncer de pulmão.

Para o oncologista Márcio Almeida, o tabagismo aumenta consideravelmente a incidência de câncer do pulmão. O médico ainda explica que os sintomas normalmente estão ligados ao próprio aparelho respiratório. “Tosse, falta de ar e dor no peito são sintomas que as pessoas devem ficar atentas. Isso porque esses sinais inicialmente podem ser relacionados a outras doenças mais simples. Fraqueza e perda de peso também podem ser sintomas da doença”, ressalta.

Câncer x Cigarro eletrônico

Aproximadamente, 10% da população brasileira acima de 18 anos é tabagista, segundo o Instituto Nacional de Câncer. O número representa um avanço em relação há 20 anos, quando esse percentual era o dobro, mas o vício ainda atinge mais de 20 milhões de brasileiros. E conforme as políticas públicas de prevenção avançam, novos desafios também se apresentam. O cigarro eletrônico é um deles. Especialistas estimam que cerca de 600 mil pessoas fazem uso desse dispositivo.

De acordo com uma pesquisa desenvolvida pelo Inca, o cigarro eletrônico aumenta mais de três vezes o risco de experimentação do cigarro convencional e mais de quatro vezes o risco de uso do cigarro. Além disso, o levantamento reforça ainda que o cigarro eletrônico eleva as chances de iniciar o uso do cigarro tradicional para aqueles que nunca fumaram.

“Um importante ponto é que esse tipo de vício tem atraído principalmente os adolescentes. Estudos mostram que os níveis de toxicidade podem ser tão prejudiciais quanto os do cigarro tradicional, já que combinam substâncias tóxicas com outras que muitas vezes apenas mascaram os efeitos danosos. Os cigarros eletrônicos oferecem muitos riscos à saúde, como dependência, doenças respiratórias, cardiovasculares e o câncer”, explica Almeida.

Além das substâncias presentes no dispositivo serem mais viciantes, algumas pesquisas sobre o tema apontam que o cigarro eletrônico, assim como o convencional, pode afetar não só o sistema respiratório, como também desregular alguns genes do organismo. O estudo realizado por um professor da USC Ahmad Besaratinia, mostrou que esse impacto ocorreu nos genes mitocondriais e chegou a interromper vias moleculares que fazem parte da imunidade e resposta inflamatória. Ou seja, os elementos que compõem os dispositivos podem futuramente desencadear doenças autoimunes e atrapalhar na recuperação de outros distúrbios do corpo.

Desafio 21 dias sem cigarro

Com foco no público jovem, o Grupo Oncoclínicas realiza ao longo deste mês nas redes sociais a campanha “Desafio 21 Dias Sem Cigarro”, voltada ao incentivo ao abandono do vício nos diferentes tipos de fumo. A cada dia, é sugerida uma nova meta a ser cumprida. Essas atividades procuram diminuir a sensação de ansiedade e a própria fissura física que vem com o consumo de cigarro e dispositivos eletrônicos de vape.

A mobilização destaca não só os malefícios de fumar, mas principalmente os benefícios de abandonar o vício. A exemplo disso, após 20 minutos sem consumir cigarros, a pressão sanguínea e as batidas cardíacas voltam ao normal. Passadas 8 horas, a quantidade de monóxido de carbono no sangue diminui quase pela metade, normalizando a oxigenação das células. Um dia depois, o monóxido de carbono é eliminado do corpo e os pulmões também começam a eliminar o muco e os resíduos da fumaça.

Em dois dias, não há mais nicotina no organismo. Com isso, o gosto e o olfato começam a melhorar. De 2 a 12 semanas depois, a circulação venosa (responsável pelo retorno do sangue dos tecidos para o coração) melhora e de três a nove meses depois, os problemas respiratórios e as tosse acalmam, a voz se torna mais clara e a capacidade respiratória aumenta em 10%.

21 dicas para vencer os cinco minutos de fissura e superar o hábito de fumar

1. Ao acordar se comprometa a não fumar
2. Anote os três maiores motivos para deixar de fumar
3. Anote os cigarros mais difíceis de cessar e elabore uma mudança comportamental para superá-los
4. Anote três hábitos ou gatilhos que aumentam o seu risco de fumar
5. Faça uma pequena caminhada
6. Beba água nos momentos de fissura
7. Inicie ou aumente as atividades físicas
8. Converse com um amigo
9. Leia um texto curto
10. Acesse um vídeo relaxante
11. Masque uma goma ou chupe uma bala com pouco açúcar
12. Inspire lenta e profundamente pelo nariz e expire lentamente pela boca
13. Repita mentalmente por várias vezes – eu não me permito fumar!
14. Modifique ou evite uma rotina que aumentava o risco de fumar
15. Evite uma situação (gatilho) que aumenta o risco de fumar
16. Evite um hábito que aumenta o risco de fumar
17. Anote os benefícios alcançados após alguns dias sem fumar
18. Limpe seu carro para retirar o odor do tabaco
19. Evite locais com fumantes
20. Comprometa-se a abrir mão de algo que gosta muito caso volte a fumar
21. Procure auxílio médico para apoio no processo de cessar o tabagismo.