Polícia pede prisão preventiva de motorista do Porsche envolvido em acidente com morte – Mais Brasília
FolhaPress

Polícia pede prisão preventiva de motorista do Porsche envolvido em acidente com morte

Delegado do caso argumenta que Fernando Sastre poderia subornar testemunhas; OUTRO LADO: defesa diz desconhecer requerimento

Foto: Reprodução/ TV Band

Polícia Civil de São Paulo pediu a prisão preventiva do condutor do Porsche envolvido no acidente que causou a morte do motorista de aplicativo Ornaldo da Silva Viana, 52.

O requerimento foi expedido nesta manhã pelo delegado Nelson Alves, do 30° DP, no Tatuapé, responsável pelas investigações. Agora, ele deve passar pela análise de um juiz.

Para o delegado, o empresário Fernando Sastre de Andrade Filho, 24, tem poder aquisitivo elevado, podendo usá-lo para subornar testemunhas do caso e forjar provas a seu favor.

A defesa dele, representada pela advogada Carine Acardo Garcia, diz ainda não ter conhecimento do pedido de prisão.

Logo após o acidente, a Justiça já havia negado um pedido de prisão do empresário feito pela polícia. Na ocasião, o Tribunal de Justiça entendeu “não estarem presentes os requisitos necessários”.

A companheira de Marcus Vinicius Machado Rocha, 22, amigo de Sastre presente no acidente, prestou depoimento à Polícia Civil nesta quarta-feira (3). Juliana Simões afirmou ter presenciado uma discussão entre o motorista e Rocha antes de os dois entrarem no Porsche, deixando uma casa de pôquer.

Segundo ela, Fernando foi aconselhado a não dirigir por estar um pouco alterado. A depoente ainda disse que, como não chegaram a um acordo, o empresário conduziu o Porsche porque não quis deixar outra pessoa dirigir o veículo.

O amigo então se ofereceu para ir com Fernando no Porsche para que ele não fizesse nada de errado, disse a jovem, e as duas os seguiram no Audi de Rocha. Algum tempo depois, o empresário acelerou e elas o perderam de vista. Em seguida, foram informadas sobre o acidente.

Após a batida, o condutor do Porsche deixou o local no carro da mãe, Daniela Cristina de Medeiros Andrade, e não fez o teste do bafômetro.

O Ministério Público afirma que a mãe atrapalhou as investigações e pediu abertura de inquérito para apurar a conduta dos PMs que liberaram o suspeito antes de saber se ele estava sob efeito de álcool.

Em depoimento à polícia, Fernando afirmou não ter consumido bebida alcoólica ou drogas antes do acidente e disse estar um pouco acima da velocidade permitida na avenida quando bateu. Imagens de câmera de segurança de um posto de gasolina próximo ao local do acidente mostram o carro de luxo trafegando muito acima da velocidade de outros veículos.

Nesta sexta-feira (5), uma testemunha que não quis se identificar afirmou que Fernando e o amigo estavam visivelmente embriagados.

O secretário da Segurança Pública de São Paulo, Guilherme Derrite, afirmou não ter tido acesso às imagens de câmeras corporais dos policiais militares que atenderam a ocorrência e deixaram o condutor ser levado pela mãe sem fazer o teste do bafômetro.

“Eu sei que a Polícia Militar está apurando se houve erro por parte dos policiais militares em permitir que ele fosse socorrido por familiares. E se houve erro, os policiais certamente vão responder por isso”, disse nesta sexta.