Rede de hotéis de luxo Kempinski chega ao Brasil com resort na serra gaúcha a R$ 2,5 mil a diária – Mais Brasília
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Rede de hotéis de luxo Kempinski chega ao Brasil com resort na serra gaúcha a R$ 2,5 mil a diária

Hospedar-se em um hotel Kempinski faz parte do status da elite política, econômica e artística global

Novo Kempinski Laje de Pedra
Foto: Divulgação

O grupo hoteleiro de luxo mais antigo da Europa, o alemão Kempinski, criado em 1897, anunciou nesta sexta-feira (27/8) uma parceria com os empresários José Paim, José Ernesto Marino Neto e Márcio Carvalho para revitalizar o hotel Laje de Pedra, em Canela (RS).

Os empresários, por meio da LDP Canela S/A, vão investir R$ 540 milhões para transformar o tradicional hotel ​da serra gaúcha em um resort cinco estrelas padrão internacional. A expectativa é inaugurar o projeto em 2024.

Em entrevista ao jornal Folha de S.Paulo, José Paim, empresário do ramo imobiliário, que foi um dos fundadores da Rossi Residencial, diz que o Kempinski vai administrar o empreendimento, assim como faz com a maioria dos seus 78 hotéis em 34 países. “Hoje, apenas quatro unidades na Alemanha são de propriedade do grupo”, afirmou.

Hospedar-se em um hotel Kempinski faz parte do status da elite política, econômica e artística global. A rainha Elizabeth e o cantor Michael Michael Jackson estiveram entre os hóspetes ilustres do histórico Adlon Kempinski, em Berlim, fundado em 1907, nas imediações do Portão de Brandemburgo.

No Laje de Pedra, a diária está prevista inicialmente em R$ 2,5 mil. “Serão cerca de US$ 500 por dia, mas este valor pode ser revisto até o lançamento e depende do aval do Kempinski”, disse Marino Neto, investidor do mercado hoteleiro, que já participou do lançamento de empreendimentos como Unique e Fasano.

Segundo Paim, a crise provocada pelo novo coronavírus pegou em cheio a hotelaria urbana. “As viagens de negócios têm sido substituídas pela videoconferência, assim como os eventos corporativos”, diz o empresário. “Mas o turismo de luxo continua crescendo, especialmente com mais empresários e profissionais liberais trabalhando remotamente a partir de uma segunda residência”, afirma. “Eles podem estar na sua casa de campo, de praia, ou no resort”.
Marino Neto concorda. “Os preços das diárias não são mais proibitivos e devem aumentar na alta temporada. São preços de mercado”.

O foco do grupo em um primeiro momento são cerca de 160 mil famílias da classe A+ que moram em um raio de 300 quilômetros do Laje de Pedra. “Grande parte desse público pode vir de carro ao resort”, diz Paim.

Além da operação hoteleira, o Kempinski Laje de Pedra contará com residências privadas ultra premium servidas pelo serviço de hotel cinco estrelas, incluindo um mordomo à disposição, adega e garagem privativas.

O empreendimento estará afiliado a um serviço de intercâmbio de propriedades de altíssimo luxo. Com isso, os proprietários de Canela poderão trocar estadias em propriedades de igual padrão em mais de 90 países.

O resort de luxo na serra gaúcha vai ocupar uma área de 61 mil m² (metros quadrados). O hotel terá 357 apartamentos com tamanhos de 54m² a 290m². Entre as atrações, estão quatro restaurantes e cinco bares internacionais com amplos terraços, enoteca, bar na cobertura (“rooftop”), teatro e área para eventos. Uma academia de 1 mil m², um spa de padrão europeu, clube para crianças e piscinas aquecidas completam a infraestrutura.

Construído em 1978, o Laje de Pedra foi comprado por Paim, Marino e Carvalho da Habitasul na metade do ano passado. A ideia é oferecer experiências junto à natureza, como roteiros de turismo ecológico, cavalgadas, brunch ao ar livre e visitas a vinícolas. “É preciso valorizar essa cultura maravilhosa do Rio Grande do Sul”, disse Paim, de família gaúcha.

Segundo o empresário, o resort vai proporcionar um conjunto de experiências que valorizem as riquezas e culturas locais, incluindo a Orquestra Sinfônica Laje de Pedra que deverá se apresentar ao ar livre. “Será o cartão de visitas mais sofisticado do continente, tendo o Vale do Quilombo como fundo”, afirma.

Bernold Schroeder, presidente do Conselho de Administração da Kempinski Hotels, disse ser um prazer trazer esse “ícone arquitetônico” de volta à vida. “Com o compromisso com a qualidade de primeira classe combinada com a elegância atemporal e posicioná-lo como um destino do mais alto nível”, afirmou, em coletiva de imprensa virtual que anunciou o empreendimento. “É uma excelente oportunidade de ingressar no mercado sul-americano com um projeto excepcional”.

“Um hotel como o Kempinski vai elevar ainda mais o status de turismo de negócios e de lazer da serra gaúcha”, disse o governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite, que participou do anúncio.

Com 78 unidades em 34 países, a Kempinski Hotels se atraiu pelo projeto por conta do seu posicionamento sobre o Vale do Quilombo, com vista para a falésia de 400 metros na serra gaúcha.

Eleito seguidas vezes como o melhor hotel do Brasil, o Laje de Pedra foi destino da elite econômica, cultural e política brasileira, além de palco dos festivais de música por 15 anos. Em 1992, o local foi escolhido para sediar a assinatura do Tratado do Mercosul.

Por Daniele Madureira