Sucessor de Bruno Covas diz que não haverá mudança na gestão de SP

Ricardo Nunes já estava no exercício do cargo desde 2 de maio, quando Covas pediu licença para se dedicar exclusivamente ao tratamento contra o câncer

Em sua primeira agenda oficial após a morte de Bruno Covas no domingo (16/5), o novo prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes (MDB), afirmou que seguirá a gestão de Bruno Covas.

“A gestão é a gestão Bruno Covas. Não existe nenhuma mudança, nenhuma alteração. É um governo que nós fizemos juntos – sob liderança do Bruno, evidentemente, sob a forma de pensar dele. E não tem por que não dar continuidade”, enfatizou.

Nunes negou divergência ideológica com Covas, disse que não sabe de onde tiraram que ele é de extrema-direita e ressaltou que pensa como o antecessor.

“É aquele pensamento igual ao do Bruno, de defesa incondicional da democracia. A democracia é o principal legado que podemos ter.”

Perfil

Antes de entrar na política, Ricardo Nunes, de 53 anos, era empresário, atuando na área de controle de pragas.

Entre 2012 e 2016 foi base de apoio de Fernando Haddad (PT). Com a chegada de João Doria à prefeitura, honrando a tradição do MDB, passou a apoiar o PSDB. Sua boa articulação com os partidos de centro deu destaque a seu nome como uma moeda de troca para o apoio à reeleição de Bruno Covas.

Nunes tem a zona sul de São Paulo como base eleitoral e é católico praticante. Enquanto foi vereador, defendeu que igrejas fossem anistiadas durante a lei de zoneamento, em 2016. Também defendeu o “fim da ideologia de gênero nas escolas”, assim como defendeu que as escolas não deveriam ter aulas de educação sexual.

De acordo com o instituto Datafolha, em 2020, faltando apenas uma semana para as eleições de segundo turno na capital paulista, 92% dos paulistanos não sabiam mencionar o nome do vice de Bruno Covas.
À época, Ricardo optou por ser discreto durante as eleições após ver seu nome envolvido em acusações de violência contra sua esposa e de ter sido beneficiado em um esquema de superfaturamento de aluguéis de creches conveniadas com a Prefeitura.

Regina Carnovale, esposa de Nunes, negou as acusações de violência e declarou que foi tudo um mal-entendido.

Já sobre o suposto superfaturamento no aluguel de creches com convênios com a Prefeitura de São Paulo, Ricardo Nunes se defendeu durante uma sessão da Câmara dos Vereadores de novembro de 2020. “O que existe foi que no ano passado apresentaram uma denúncia anônima. Está há mais de um ano lá no Ministério Público e nunca fui chamado. O que a [denúncia] diz da minha parte? Que eu aprovei duas leis pra beneficiar uma entidade, a Sobei, da qual sou voluntário há mais de 20 anos”, afirmou.

Homenagem

O governador de São Paulo, João Doria , anunciou que nomeará o parque do rio Pinheiro em homenagem a Bruno Covas.

A decisão veio em reunião de secretários que ainda está em andamento na sede do governo.
Bruno Covas perdeu a batalha para um câncer que tratava desde o diagnóstico em 2019. No início deste mês, ele pediu licença da prefeitura para se dedicar exclusivamente à saúde.

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