Terceira onda de Covid-19 é uma preocupação, diz ministro da Saúde
Do Mais Brasília

Terceira onda de Covid-19 é uma preocupação, diz ministro da Saúde

Marcelo Queiroga disse que pode haver a necessidade de ações mais restritivas em regiões do Brasil

Terceira onda de Covid-19 é uma preocupação, diz ministro da Saúde
Pablo Valadares/Câmaras dos Deputados

O ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, afirmou, nesta quarta-feira (26/5), que a possibilidade de uma terceira onda da pandemia de Covid-19 é uma preocupação. O titular da pasta frisou que o Ministério da Saúde está atento aos sinais sobre a evolução dos casos da doença no país. A declaração ocorreu durante participação em audiência pública na Câmara dos Deputados.

Ao ser perguntado sobre a possibilidade de avanço da crise em razão da sinalização no aumento de casos da doença, Queiroga disse que o cenário pode estar ocorrendo em razão do afrouxamento de medidas de restrição à circulação de pessoas e distanciamento social ou efeito da nova variante. “É uma preocupação. Nós assistimos agora a uma redução daquela tendência de queda de óbitos e isso pode se dever a uma flexibilização das medidas de bloqueio”.

“Estávamos com medida de bloqueio e aí, como houve uma redução da pressão sobre o sistema de saúde e mais disponibilidades de leitos de UTI [Unidade de Terapia Intensiva], então se flexibiliza e, quando se flexibiliza, pode haver uma tendência de aumento de casos”, explicou o ministro da Saúde.

Segundo Marcelo Queiroga, outra possibilidade é a da presença de variante do novo coronavírus no país. Nesta quarta-feira (26/5), o Instituto Adolfo Lutz identificou um caso da variante indiana da Covid-19, a B.1.617.2, em São Paulo. Este é o segundo caso da variante registrado no país. O primeiro foi confirmado no dia 20 de maio, no Maranhão. Segundo o ministro, a pasta está realizando o monitoramento dos casos.

“Então essa diminuição de queda [de casos] em alguns locais pode refletir isso [flexibilização das medidas de bloqueio], mas também pode ser efeito de uma variante, por exemplo. Não temos essa resposta ainda. O Ministério da Saúde fica vigilante para que possa se orientar. E vamos trabalhar juntos para que se possa evitar essa terceira onda.”

Medidas restritivas

Queiroga informou que o ministério está fazendo a vigilância genômica dos casos e que pode haver necessidade de adoção de medidas mais restritivas em regiões do Brasil. “Essa vigilância genômica é feita. Nós estamos atentos. De acordo com a situação epidemiológica de cada região, pode ser necessário que se adote uma medida mais restritiva, que fica a cargo da autoridade municipal”, argumentou.

Durante a audiência conjunta nas Comissões de Fiscalização e Controle e de Defesa do Consumidor da Câmara dos Deputados, o ministro da Saúde disse que estão sendo tomadas medidas para a manutenção dos leitos de UTI e também para a compra de insumos do chamado kit intubação.

Além dos pregões para a compra dos insumos, a pasta também adquiriu, por meio de parceria com a Organização Panamericana da Saúde (Opas), 2,5 milhões de itens do kit. “Desses, 800 mil já estão no Brasil, dependentes apenas de aspectos documentais para serem distribuídos”, detalhou.

Vacinas

O ministro também foi questionado sobre a suspensão das patentes de vacinas, em discussão na Organização Mundial do Comércio (OMC). A iniciativa tem como meta permitir a aceleração da produção de imunizantes em países em desenvolvimento. No início do mês, a medida recebeu o apoio do presidente dos Estados Unidos, Joe Biden. Na sequência, a China também apoiou a quebra de patentes.

“Se tivéssemos aqui no Brasil condições de produzir vacinas com esse licenciamento compulsório seria excelente, mas nós não temos. Mesmo que houvesse esse licenciamento compulsório, o Brasil não começaria a produzir vacinas imediatamente”, alegou.

A seguir, o ministro falou sobre o anúncio dos Estados Unidos de que vão doar parte dos imunizantes adquiridos para outros países. Queiroga disse acreditar que não vai haver doação de vacinas para o Brasil e que o desafio do ministério é antecipar as entregas dos imunizantes já contratados.

“Sendo pragmático: os Estados Unidos não vão doar doses de vacinas para o Brasil, até porque o Brasil comprou doses das indústrias americanas. O que queremos é antecipar essas doses. E esse é o nosso esforço”, finalizou.