YouTube derruba live em que Bolsonaro associa Aids com vacina e suspende canal por uma semana

Médicos, no entanto, afirmam que a associação entre o imunizante e a transmissão do HIV é falsa, inexistente e absurda

Na noite desta segunda-feira (25/10), o YouTube tirou do ar a live semanal do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) transmitida na última quinta-feira (21/10). Facebook e Instagram fizeram o mesmo no domingo (24/10).

Nela, Bolsonaro leu uma suposta notícia que alertava que “vacinados [contra a Covid] estão desenvolvendo a síndrome da imunodeficiência adquirida [Aids]”.

Médicos, no entanto, afirmam que a associação entre o imunizante contra o coronavírus e a transmissão do HIV, o vírus da Aids, é falsa, inexistente e absurda.

A relação estabelecida por Bolsonaro gerou revolta nas comunidades médicas e científicas nos últimos dias. Em entrevista à coluna Painel, da Folha de S.Paulo, Carlos Lula, presidente do Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass), classificou a live como absurda, trágica, falsa, mentirosa e grotesca.

“Removemos um vídeo do canal de Jair Bolsonaro por violar as nossas diretrizes de desinformação médica sobre a Covid-19 ao alegar que as vacinas não reduzem o risco de contrair a doença e que causam outras doenças infecciosas”, disse o YouTube, em nota.​

As nossas diretrizes estão de acordo com a orientação das autoridades de saúde locais e globais, e atualizamos as nossas políticas à medida que a orientação muda.

Aplicamos as nossas políticas de forma consistente em toda a plataforma, independentemente de quem for o criador ou qual a sua opinião política”, completou.

A plataforma também suspendeu por uma semana o canal de Jair Bolsonaro. Ele não poderá publicar novos vídeos nesse período. Caso ele volte a publicar um vídeo com desinformações em 90 dias, a suspensão dobrará de tempo.

Por Camila Mattoso

 

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