Audiência discute retirada de centro de testagem de Aids da rodoviária do Plano Piloto – Mais Brasília
Do Mais Brasília

Audiência discute retirada de centro de testagem de Aids da rodoviária do Plano Piloto

Durante a audiência, a gerente de Infecções Sexualmente Transmissíveis (Gevist) da Secretaria de Estado da Saúde (SES DF), Beatriz Maciel Luz, explicou as dificuldades da questão

Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil

O Centro de Testagem e Aconselhamento (CTA) prevenção e o tratamento ao HIV/Aids no DF, localizado na rodoviária do Plano Piloto, pode mudar de endereço em breve.

A Secretaria de Saúde do DF analisa possibilidades de realocação da unidade em outra área do Distrito Federal. Para discutir soluções, a Câmara Legislativa realizou uma audiência pública nesta quinta-feira (8/12).

Durante a audiência, a gerente de Infecções Sexualmente Transmissíveis (Gevist) da Secretaria de Estado da Saúde (SES DF), Beatriz Maciel Luz, explicou as dificuldades da questão:

“O CTA é um local estratégico, mas temos barreiras complicadas. É um prédio tombado e por isso não há o que fazer em relação à reforma do espaço. O Ministério da Saúde disponibilizou um recurso para essa finalidade, mas conseguimos executar porque o prédio não pode ser reformado. Além disso, o perfil de atendimento registrado lá não é o público prioritário que gostaríamos de atingir, então, precisamos repensar as estratégias de educação e comunicação para a prevenção”, disse Beatriz.

Responsável por presidir o encontro, o deputado Fábio Felix (Psol) defendeu a continuidade em local adequado na região central de Brasília.

“Há uma preocupação legítima do movimento que fechar o CTA significa encerrar o serviço de porta aberta para a população na área central. A possível transferência provisória do CTA para o Hospital Dia cria uma barreira, mesmo que subjetiva, pelo preconceito, de acesso à testagem. Ao mesmo tempo, nas unidades básicas de saúde, a porta não está efetivamente aberta, porque a pessoa desiste da testagem quando procura a UBS e descobre que o teste será agendado para outro dia ela. Com isso, ocorre uma dificuldade no diagnóstico. Levar o CTA ao Hospital Dia vai impedir muita gente que tem preconceito de chegar ao novo local, pois não terá coragem de ir lá fazer o teste”, afirmou o distrital.

A preocupação de que o CTA seja fechado ou alocado provisoriamente em outro local também foi levantada pelo conselheiro de saúde do DF, Michel Platini, que também é presidente do Centro Brasiliense de Defesa dos Direitos Humanos e coordenador da Parada do Orgulho LGBTQIA+ de Taguatinga.

“O CTA da rodoviária vive a iminência de fechamento. Passam mais de 100 mil pessoas por dia na rodoviária e só a presença do CTA tem uma ação pedagógica de estimular a testagem e o diagnóstico. Por isso, fomos lá fazer um abraço simbólico, uma manifestação para dizer: o CTA não pode fechar e tampouco pode sair da rodoviária”, afirmou.