Bope: entenda como é o trabalho dos homens da elite da PMDF – Mais Brasília
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Bope: entenda como é o trabalho dos homens da elite da PMDF

No DF, apenas de 10% a 30% dos policiais que fazem o curso básico de formação do Bope conseguem chegar ao final por causa do grau de dificuldade do treinamento

Bope DF
Divulgação/PMDF

Ser um “caveira” é a vontade de muitos policiais, mas realizar o sonho de vestir a farda preta é para poucos. O número de militares que conseguem entrar para o Batalhão de Operações Especiais (Bope) é pequeno. No Distrito Federal, do total de PMs que fazem o curso de formação, apenas de 10% a 30% conseguem chegar até o final do treinamento.

Os graus de dificuldade e de complexidade na construção de um policial do Bope explicam o alto índice de desistência e reprovação. “Não por acaso, o batalhão é o maior motivo de orgulho da PM”, destaca o comandante do Bope do DF, tenente-coronel Wesley Santos.

O curso básico de formação de um “caveira” dura de quatro a seis meses com internação em tempo integral. Após esse período, o policial é levado para adquirir experiência prática e, só depois disso, está pronto para assumir a missão de integrar a elite da Polícia Militar. “A formação completa dos nossos homens dura, em média, dois anos”, relata o comandante, destacando que os militares também têm formação no exterior.

O treinamento é pesado e envolve muita técnica. “Testamos os policiais de todas as formas até chegarem a excelência. Eles recebem aulas de instrução de tiro, paraquedismo, mergulho, rapel, entre tantas outras”, explica o coronel Wesley Santos.

Bope DF
Foto: Divulgação/PMDF
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Situações de crise

A equipe do Bope só é chamada em casos de crise, como em ocorrências envolvendo artefatos explosivos. É o que o batalhão chama de Operação Petardo. Atualmente, o DF está entre as unidades da federação que mais combate esse tipo de situação. “Tentativas de explosões de caixas eletrônicos estão no topo da lista de ocorrências”, afirma o comandante.

Segundo ele, em qualquer ocasião suspeita, a atuação dos homens do Bope depende de equipamentos de última geração, o que inclui roupas anti-fragmentação, que aguentam até grandes explosões, e robôs responsáveis pela desativação e remoção dos artefatos, sejam eles falsos ou reais. “Não trabalhamos com falhas, por isso, até hoje, nenhum policial se feriu nesse tipo de situação. O cuidado é necessário porque qualquer artefato, por menor que seja, pode causar uma grande destruição”, reforça o coronel.

Bope DF
Foto: Divulgação/PMDF
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Negociação de reféns

O Bope tem ainda uma atuação decisiva em situações com reféns e tentativas de suicídio com a utilização de arma de fogo. “Hoje, nosso batalhão tem um homem formado em negociação pela polícia francesa”, relata o comandante.

Operações de prevenção também fazem parte da lista de atribuições do grupo. Recentemente, durante a realização da Copa América, todos os veículos usados pelas seleções passaram por uma vistoria feita pelo Bope. O mesmo aconteceu na Copa do Mundo, na Copa das Confederações e nos Jogos Olímpicos de 2016, no Rio de Janeiro.

Qualificação

O Bope, sob comando do coronel Wesley Santos, recebe “caveiras” de todo o país. Recentemente, policiais do Rio de Janeiro e do Piauí fizeram um treinamento no batalhão do DF. “Nossos homens também atuam em outros estados, felizmente, existe essa parceria”, comemora o comandante, lembrando que durante uma operação no Estado do Mato Grosso, na fronteira com o Paraguai, os policias do DF ajudaram a apreender mais de três toneladas de maconha.

Na semana passada, o Bope do DF recebeu 200 policiais do curso de formação de praças da PM durante cinco dias e homens da Companhia de Defesa Química, Biológica, Radiológica e Nuclear do Comando de Operações Especiais do Exército Brasileiro, de Goiânia.

“Foi uma semana para passar conhecimento e instruir nossos colegas de luta, especialmente, sobre a atuação do esquadrão anti-bombas, que é referência no Brasil”, acrescenta o coronel.

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Caso Lázaro

Um ocorrência recente que ganhou grande repercussão nacional e teve a ajuda dos policiais do Bope do DF, foi a do caso Lázaro Barbosa. As buscas pelo criminoso que cometeu uma chacina no dia 9 de junho, duraram 20 dias entre as regiões de Edilândia e Cocalzinho de Goiás. Somente no dia 28 de junho, Lázaro foi morto após um confronto com a PM, em Águas Lindas de Goiás.

Segundo o comandante, o batalhão participou da operação todos os dias. “As operações rurais são sempre mais complicadas. No caso Lázaro, nossos homens ajudaram nas buscas, junto com o Bope de Goiás, com três patrulhas rurais diariamente”, conclui o coronel.

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