Campanha Outubro Verde do DF alerta para prevenção e diagnóstico da sífilis congênita – Mais Brasília
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Campanha Outubro Verde do DF alerta para prevenção e diagnóstico da sífilis congênita

Doença é transmitida ao feto pela mãe com sífilis não tratada ou tratada incorretamente durante a gestação ou parto. Número de casos no DF aumentou em 2021

Foto: Tony Oliveira/Agência Brasília

A campanha Outubro Verde, realizada pela Secretaria de Saúde do Distrito Federal (SES-DF), tem o objetivo de divulgar a importância da prevenção, diagnóstico e controle da sífilis congênita, condição em que a mãe com sífilis não tratada ou tratada de forma inadequada transmite a bactéria para o feto durante o parto ou gestação.

A transmissão vertical – entre mãe e bebê – pode ser evitada com a realização de testes de detecção da sífilis durante o pré-natal.

A recomendação é que a mulher seja testada no primeiro e terceiro trimestre de gestação, no momento do parto ou em casos de aborto e exposições de risco.

“O exame dando positivo em qualquer momento do pré-natal é iniciado o tratamento da doença, reduzindo absurdamente a chance de ocorrer a transmissão vertical. Também se convoca a parceria sexual, ou parcerias, para testagem e tratamento para evitar reinfecção da gestante”, afirma a técnica da Gerência de Vigilância de Infecções Sexualmente Transmissíveis (IST), Daniela Magalhães.

O tratamento da mulher grávida, geralmente, é a administração de três doses de antibiótico por três semanas, a depender da situação. Intervalos maiores entre as aplicações podem prejudicar a eficácia da medicação.

Já o recém-nascido diagnosticado com a condição, permanece internado por 10 dias para promoção do tratamento com penicilina cristalina ou procaína. Após o período, recebe alta e passa a ser acompanhado pela Atenção Primária à Saúde ou por ambulatórios de infectologia por mais 24 meses. Com o descarte da infecção, a criança é liberada.

Segundo Magalhães, a maior parte dos bebês com sífilis congênita não apresenta sintomas ao nascimento, por isso, são realizadas análises da história clínico-epidemiológica da mãe, do exame físico da criança e dos resultados dos testes, incluindo os exames radiológicos e laboratoriais, para identificação da bactéria.

O tratamento inadequado da sífilis congênita, causado pela má administração ou ausência de medicamentos, pode causar severas complicações ao desenvolvimento neurológico e ósseo da criança, bem como cegueira, surdez e outros problemas de saúde. Há ainda o risco de abortamento espontâneo, parto prematuro, malformação do feto e/ou morte ao nascer.

Prevenção

Entre 2017 e 2021, foram registrados 1.645 casos de sífilis congênita no Distrito Federal. Em 2017, foram 279; em 2018, 390; em 2019, 364; em 2020, 275; e em 2021, 337.

Conforme explica Magalhães, a queda no número de casos em 2020 e o posterior aumento em 2021 pode ser atribuída, de forma especulativa, ao novo coronavírus.

“Acreditamos que tenha sido um efeito da própria pandemia em que muitas mulheres não tiveram acesso ao pré-natal e ficaram sem o diagnóstico da doença, causando queda na identificação de casos”, afirma.

Ela salienta ainda que, por ser uma doença curável e com tratamento gratuito, é de suma importância que as pessoas busquem o teste, evitando, assim, novos casos. “A pessoa que tem uma vida sexual ativa e, principalmente aquela que não usa nenhum método de barreira, tem que saber que está sujeita a pegar sífilis e que precisa buscar o teste. Se der positivo, não é o fim do mundo, tem tratamento, tem cura. Quanto antes for diagnosticada e tratada, mais rápido o problema será resolvido”, completa.

Os testes para detecção de sífilis estão disponíveis em todas as Unidades Básicas de Saúde (UBSs) (Busca Saúde DF UBS – Infosaúde) e no Centro de Testagem e Aconselhamento (CTA) da Rodoviária do Plano Piloto. O exame é rápido e, em menos de 30 minutos, o cidadão tem conhecimento do resultado e, caso seja positivo, pode iniciar o tratamento da doença.

Campanha

Segundo Magalhães, o Brasil é signatário de um compromisso internacional de eliminação da doença em seu território e trabalha para atingir as metas de redução. “A Organização Mundial da Saúde coloca como meta a redução da sífilis para menos de um caso para cada um nascido vivos. Hoje, nosso coeficiente no Distrito Federal é de 8.99 casos para cada mil nascidos vivos e trabalhamos para reduzir cada vez mais esse índice”, afirma.

Com este objetivo, a Secretaria de Saúde fará o 1º Fórum de Monitoramento do Plano Integrado de Prevenção, Vigilância e Controle da Sífilis – 2021 a 2024, em 26 de outubro, em parceria com o Ministério da Saúde e a Organização Pan-Americana da Saúde. O evento será fechado a representantes e gestores das sete regiões de saúde do DF.