Clínica deve indenizar cliente que sofreu lesão após sessão de depilação a laser – Mais Brasília
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Clínica deve indenizar cliente que sofreu lesão após sessão de depilação a laser

Autora contratou com a ré um pacote com sessões de depilação a laser na região dos braços

Justiça do DF
Foto: Divulgação/TJDFT

A Dyelcorp Serviços Estéticos terá que indenizar uma cliente que sofreu lesões nos braços e antebraços após a segunda sessão de depilação a laser. A decisão é da 12ª Vara Cível de Brasília. Cabe recurso da sentença.

A autora contratou com a ré um pacote com sessões de depilação a laser na região dos braços. Ela conta que a primeira sessão ocorreu sem problemas e que foi orientada a retornar depois de 60 dias. Relata que, na segunda sessão, sentiu ardência maior que o normal e que os braços ficaram vermelhos na região onde o laser foi aplicado.

No dia seguinte, a pele continuava vermelha, o que a fez procurar a emergência dermatológica, onde foi diagnosticada com “hipocromia nos braços e antebraços bilateral pós-dano por depilação”. A mulher afirma que a segunda sessão foi realizada por profissional não capacitado e sem qualquer supervisão médica. Ela declara que houve descaso da ré e pede para ser indenizada pelos danos sofridos.

Ao apresentar a defesa, a clínica alega que a consumidora foi informada sobre os riscos que envolvem o procedimento estético e que assinou termo de ciência. Diz que, após as queixas, foi indicado que a paciente usasse uma pomada para tratamento da área. O estabelecimento defende que as lesões foram causadas por fatores externos e que não houve falha na prestação de serviço.

Ao analisar o caso, o magistrado observou que o laudo pericial apontou que a hipocromia nos braços da autora foi resultado da “má técnica do profissional contratado pela ré para realização da atividade nas suas próprias dependências”. De acordo com o juiz, está configurada a falha na prestação do serviço e a ré deve indenizar a cliente pelos danos materiais e morais sofridos.

“As provas coligidas nos autos comprovam que os danos sofridos pela autora configuram falha na prestação do serviço ofertado pela ré, não podendo falar que os riscos da depilação a laser são inerentes ao próprio procedimento, já que se eles fossem informados adequadamente à autora, certamente ela não executaria uma depilação que pudesse pôr em risco a sua própria integridade física”, registrou o juiz.

“Dúvida não há de que, em face do ocorrido, a autora se viu numa situação não apenas incômoda, mas de verdadeira angústia, tendo dores com queimaduras, sendo ainda obrigada a submeter-se a tratamento médico para reparar os danos causados seus braços e antebraços, em virtude da execução inadequada do procedimento estético. A autora teve frustrada a sua justa expectativa de receber um tratamento correto e sem intercorrências, já que a clínica era especializada no referido tratamento. Ademais, não teve nenhum suporte posterior, sendo obrigada sozinha a buscar o tratamento para que o problema não evoluísse para algo mais grave”, completa o magistrado.

Dessa forma, a ré foi condenada ao pagamento de R$ 7 mil por danos morais. A clínica terá ainda que restituir o valor de R$ 1.179,01, referente às quatro parcelas pagas pelo procedimento e ao tratamento das queimaduras provocadas pelo tratamento equivocado de depilação a laser.