Cobertura vacinal contra tétano está abaixo da meta no DF, diz Saúde – Mais Brasília
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Cobertura vacinal contra tétano está abaixo da meta no DF, diz Saúde

Percentual recomendado pelo Ministério da Saúde é de 95% e a capital federal do país atingiu 89,8%; veja onde se vacinar

Vacina contra tétano
Foto: Andre Borges/Agência Brasília

A Secretaria de Saúde do Distrito Federal (SES-DF) informou que a cobertura vacinal está abaixo da meta preconizada pelo Ministério da Saúde, que é vacinar 95% da população brasiliense. A doença é causada por toxinas eliminadas pela bactéria Clostridium Tetani.

Atualmente, com índice de imunização de 89,8%, a vacina é a principal aliada para prevenir a infecção por diversos vírus e bactérias. Para se proteger, é necessário manter em dia o seguinte esquema vacinal:

  • Vacina pentavalente aos 2, 4 e 6 meses de idade;
  • Reforço da vacina DTP aos 15 meses e aos 4 anos de idade;
  • Nos adultos: reforço a cada 10 anos com a vacina dupla (DT);
  • Para as gestantes, o Ministério da Saúde orienta aplicar uma dose (DTPa) para cada gestação.

Segundo a pasta, a vacina pentavalente e a DTP previnem o tétano e outras doenças, como a coqueluche e a difteria. Já a vacina DTPa é aplicada exclusivamente nos profissionais de saúde e nas gestantes. Ela evita que o bebê seja infectado pelo tétano ainda no útero da mãe.

A proteção é acompanhada até os dois meses de idade, quando a criança recebe a primeira dose do imunizante. Vale ressaltar que a doença não confere a imunidade. Nesse caso, é necessário atualizar periodicamente o cartão de vacina.

Os imunizantes estão disponíveis em todas as salas de vacina da rede pública de saúde do DF. De acordo com a técnica de Vigilância Epidemiológica, Joana Castro, a vacinação é o método de prevenção mais eficaz contra a doença.

“O tétano é uma doença grave e com grande potencial de evolução para o óbito. É uma doença imunoprevenível e a vacina antitetânica é altamente eficaz para evitar a doença. O segredo para se manter livre do tétano é manter a vacinação em dia”, explica a técnica.

“Basta comparecer ao posto de saúde mais próximo da sua residência e levar a caderneta para que o profissional de saúde avalie sua condição vacinal e forneça as informações adequadas”, completa Joana Castro.

Casos de Tétano

No Distrito Federal, entre os anos de 1990 e 2019, foram registrados 44 casos de pessoas infectadas pela bactéria e três óbitos. O índice é menor quando comparado com a média nacional, que aponta, no mesmo período, uma taxa de pessoas acometidas pela doença entre 30% e 40%. A última morte por tétano ocorreu em 2007. O paciente era do sexo masculino, tinha 26 anos de idade, e a infecção provavelmente ocorreu por perfuração em membros inferiores.

De acordo com a Saúde, ele apresentava todos os sintomas clássicos da doença (trismo, rigidez de membros e tronco, riso sardônico, opistótono) além de status convulsivo. O paciente não tinha registro do histórico vacinal, que foi internado em um hospital da rede privada e evoluiu para óbito 15 dias após a admissão.

O último caso de infecção por tétano no DF ocorreu em 2019. Na ocasião, o paciente de 50 anos entrou com tratamento adequado em tempo hábil e se curou sem prejuízos ou sequelas. Ele trabalha como borracheiro e havia sido vacinado para tétano há mais de 10 anos.

Conforme a pasta, a contaminação, provavelmente, se deu em ambiente de trabalho quando o estouro de um pneu provocou múltiplas lesões nas mãos. Na época, ele foi internado em estado grave, recebeu imunoglobulina antitetânica (IGHAT) e, após aproximadamente um mês, se curou.

Sobre a doença

A pasta destaca que a doença é mais comum em pessoas entre 30 e 69 anos de idade, trabalhadores agropecuários, seguido pelos grupos de trabalhadores da construção civil (pedreiro), estudantes e donas de casa. O tétano é uma doença grave, que afeta os nervos do corpo todo, causando espasmos musculares que impedem a pessoa afetada de se movimentar.

A bactéria Clostridium Tetani pode estar presente em objetos não só de metal, mas também nos objetos de madeira, de vidro, espinhos, pedaços de galhos, pregos, latas, cacos de vidro, e objetos de metal, mesmo que esses não estejam enferrujados. O contato com restos de entulhos da construção civil, produtos agrícolas devem ser evitados. Para isso, o uso de equipamentos de proteção individual como botas e luvas é muito importante.