Comércio em Girassol e Cocalzinho sente os efeitos da caçada a Lázaro – Mais Brasília Comércio em Girassol e Cocalzinho sente os efeitos da caçada a Lázaro
Do Mais Brasília

Comércio em Girassol e Cocalzinho sente os efeitos da caçada a Lázaro

Comerciantes relatam que setores hoteleiro e de gêneros alimentícios estão em alta, enquanto os demais segmentos despencam

O comércio em Girassol e Cocalzinho sente os efeitos da movimentação em torno do caso Lázaro Barbosa, foragido da polícia. Enquanto os empresários do setor alimentício e de hospedaria relatam melhora, representantes dos demais segmentos apontam queda no movimento e, consequentemente, no faturamento.

Maria da Costa Lima é proprietária da loja Santa Rosa, que vende produtos de agropecuária, materiais de construção e acabamento. Ela conta que o movimento diminuiu muito por causa do caso Lázaro Barbosa. De acordo com a microempresária, a população está com medo de sair de casa.

“O povo está muito assustado. O comércio piorou. Quem lucra é só dono de hotel e quem vende comida. O pessoal está focado, querendo ver a coisa se resolver para sair de casa. Ninguém sai, porque ninguém sabe cadê o Lázaro Barbosa”, lamenta-se.

Outra comerciante que também não vê a caçada policial a Lázaro Barbosa como melhoria para as vendas é Filomena Silva Pinto Coelho. Dona de uma pequena loja de roupas em Girassol, e também proprietária de uma chácara em Edilândia, Filomena se divide entre o trabalho de atendimento na loja e a lida diária na chácara.

Quando as buscas por Lázaro Barbosa se intensificaram, ela decidiu deixar a chácara e ir para a cidade. E não vê a intensa movimentação perto da loja dela como um sinal positivo. “Tem movimento, mas é movimento de polícia. O povo mesmo não está saindo. Todo mundo está escondido”.

“Eu quero é que isso acabe logo e que peguem ele. Abandonei minha chácara no domingo. Entraram lá. Reviraram tudo. Meu armário caiu, perdi minhas coisas, tem coisa quebrada. Só sei que não foi Lázaro, porque não dei falta de nada, nem de comida. Então acho que quem entrou na minha casa foi a polícia”, diz Filomena.

Foto: Foto: Suemi Alves
Foto: Foto: Paula Coutinho
Foto: Foto: Paula Coutinho
Foto: Foto: Paula Coutinho

Enquanto uns reclamam, outros lucram. Como é o caso de José Ricardo Lopes, proprietário do Hotel Pirineus, localizado na parte central de Cocalzinho de Goiás. “Desde que saíram as notícias do Lázaro, o hotel está lotado com autoridades, imprensa e pessoas que deixaram suas casas na zona rural”, conta.

Marcelo Farias, proprietário do Restaurante 070, em Girassol, avalia que para os proprietários de estabelecimentos da área de alimentação, o caso Lázaro Barbosa ajudou a melhorar as finanças. “Quem é do setor de alimentos não pode reclamar, porque teve sim aumento de movimentação e crescimento nas vendas”, assegura Farias.

Mas há controvérsias. Tem comerciante da área alimentícia que discorda. Como a dona do hotel São José, que tem também restaurante e padaria dentro do estabelecimento. Suemi Alves Peixoto discorda de quem diz que a economia local cresceu. “O movimento aumentou. Mas não foi muito não. Está médio. Porque o povo está com medo”, conclui.