Dia da Caridade: Mais Brasília traz histórias inspiradoras
Do Mais Brasília

Dia da Caridade: Mais Brasília traz histórias inspiradoras

Brasilienses contam suas experiências e o que aprenderam depois que decidiram ajudar o próximo

A pedagoga Luiza Vento deixa cestas básicas prontas em casa. FOTO: Reprodução/Arquivo Pessoal

O ato de ajudar o próximo é tão importante e transformador que tem data para ser comemorado. Nesta segunda-feira (19/7), é celebrado o Dia da Caridade e, para incentivar a prática, o Mais Brasília selecionou algumas histórias que reforçam o poder de fazer o bem ao outro.

Ser solidário a alguém, sem esperar nada em troca, é a salvação da humanidade, dizem os mais caridosos. “O segredo para entender a magia e a força da caridade é se colocar no lugar do outro e considerar que você também poderia estar naquela situação. Somos todos iguais e só vamos nos salvar se dermos as mãos”, disse a empresária Vanessa Ortiz Monteiro do Carmo, de 30 anos.

Quando tinha 20 anos, Vanessa experimentou doar sangue pela primeira vez. “Foi para ajudar minha avó que estava doente. Depois disso, ela se recuperou. De alguma maneira, o ato de doar sangue me tocou e eu entendi que podia e precisava ajudar o próximo, mesmo o próximo não sendo da família. Foi o pontapé inicial para que eu começasse a fazer caridade”, lembrou a empresária.

Desde então, Vanessa e o marido Paloan Alves do Carmo, 34 anos, militar, doam sangue, pelo menos, três vezes por ano e ainda se cadastraram como doadores de medula óssea. “Daí em diante, fazer o bem sem olhar a quem passou a fazer parte da nossa vida”, completou Paloan.

Vanessa e Paloan doam sague três vezes por ano. FOTO: Reprodução/Arquivo Pessoal

Todo ano, o casal faz uma faxina no guarda-roupa e separa várias peças para um bazar da igreja que eles frequentam. Na pandemia, a preocupação com o próximo se intensificou. “Juntamos os amigos para arrecadar alimentos e doamos tudo para uma comunidade carente, no Paranoá”, contou Vanessa, que gostaria de fazer ainda mais.

A empresária também já doou o cabelo para uma ONG que faz perucas para pacientes em tratamento contra o câncer. “A gente pega gosto pela coisa, é gratificante demais. Aquece nossos corações saber que o pouquinho que fizemos fez bem para alguém e que a nossa atitude alimentou, aqueceu ou alegrou uma pessoa”, completou.

Casal fez doações em comunidade carente, no Paranoá. FOTO: Reprodução/Arquivo Pessoal

Vanessa e Paloan são pais da Larissa, de 11 meses. De todos os ensinamentos que eles desejam passar para a filha, a importância da caridade, sem dúvidas, está no topo da lista. “O que a gente espera é que ela nos tenha como exemplo e aprenda que amar o próximo é o que nos faz evoluir como ser humano”, concluiu Paloan.

Pais da Larissa esperam que a filha cresça sabendo da importância da caridade. FOTO: Reprodução/Arquivo Pessoal

Cestas básicas salvam

Com frequência, a pedagoga Luiza Soares Vento, 29 anos, monta cestas básicas e as deixam prontas caso encontre alguém passando necessidade na rua. “Comecei a fazer isso, justamente, por ver tanta gente precisando. Esses dias eu vi uma menina no semáforo pedindo comida. Rapidamente, eu fui em casa e peguei uma cesta”, contou.

Para Luiza, é impossível não se sensibilizar com a dificuldade do outro. “Principalmente porque sei que na minha casa nunca faltou nada”, disse a pedagoga, ressaltando que caridade não significa quantidade. “Parece clichê, mas a verdade é que se cada um fizesse um pouquinho, muitos estariam sendo ajudados. Tem muita gente que não tem o básico para viver”, completou.

Foto: A pedagoga Luiza Vento deixa cestas básicas prontas em casa. FOTO: Reprodução/Arquivo Pessoal
Foto: A pedagoga Luiza Vento deixa cestas básicas prontas em casa. FOTO: Reprodução/Arquivo Pessoal

 

Caridade com os animais

Em casa, a servidora pública Camila Rogoski, 30 anos, tem, atualmente, dez cães adotados e todos resgatados da rua. A paixão pelos animais começou cedo, quando ela ainda era criança. O desejo de fazer algo a mais e salvar a vida desses bichinhos veio logo depois, na adolescência. “Nessa época eu dependia dos meu pais, era mais difícil. Depois que fui morar sozinha comecei a pegar os cachorros da rua, cuidar e procurar um lar para eles. Muitos, eu acabei adotando”, contou.

O trabalho é árduo, mas também muito gratificante e recompensador. “Normalmente, eles (cães) vêm doentes, com fome, carentes e com medo. A sensação é de que eu estou salvando uma vida mesmo, dando uma segunda chance para aquele animal que, provavelmente, morreria na rua. É muito cansativo, desgastante, não há como negar, mas o olhar deles é de agradecimento e isso faz todo o esforço valer a pena”, desabafou a servidora.

Camila resgata cães das ruas desde a adolescência. FOTO: Reprodução/Arquivo Pessoal

Para Camila, a caridade não depende de dinheiro. “O importante é ajudar, sejam animas ou pessoas e com muitas ou poucas doações. Não importa. O que precisamos é entender que o individualismo não traz felicidade”, completou a servidora, destacando que existem inúmeras formas de ajudar. “Tem muita ONG, por exemplo, precisando de ração, medicamentos e até pessoas para dar atenção e amor. Doar nosso tempo também é uma forma de caridade”, concluiu.

Servidora pública adotou dez cães resgatados da rua. FOTO: Reprodução/Arquivo Pessoal