Funcionários são demitidos após caso de racismo com ex-porta-bandeira no DF – Mais Brasília
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Funcionários são demitidos após caso de racismo com ex-porta-bandeira no DF

A demissão aconteceu após a conclusão de uma "averiguação interna para apurar o lamentável incidente", explicou a Dufry Brasil, empresa do Grupo Avolta que tem a concessão do varejo no terminal

Foto: Reprodução

Os funcionários denunciados por abordagem racista à ex-porta-bandeira da Portela, Vilma Nascimento, 85, foram demitidos.

A demissão aconteceu após a conclusão de uma “averiguação interna para apurar o lamentável incidente”, explicou a Dufry Brasil, empresa do Grupo Avolta que tem a concessão do varejo no terminal.

Os funcionários foram desligador “por quebra dos protocolos da empresa”, diz a nota. “Em consequência, os colaboradores envolvidos no episódio não fazem mais parte dos nossos quadros”.

Em outro trecho, a empresa afirma que a diretoria “esteve com dona Vilma Nascimento e sua filha Danielle para se desculpar pessoalmente pelo constrangimento a que foram submetidas”.

Com o objetivo de dirimir qualquer dúvida, confirmamos que não houve furto na loja relacionada a este evento. A Dufry repudia veementemente qualquer tipo de discriminação por raça, gênero, orientação sexual, religião, idade ou deficiência.

Antes da mãe, filha foi abordada na Dufry Brasil. No Instagram, Danielle Nascimento relatou que havia comprado chocolates para o marido e o filho e, quando passou novamente pela porta da loja, foi acusada por uma fiscal de ter pegado um produto sem pagar. A funcionária, então, pediu que Danielle e Vilma a acompanhassem.

Fiscal recebeu informação para revistar a bolsa de Vilma. Segundo a filha, a fiscal foi orientada por rádio a revistar a bolsa da mãe dela. A abordagem foi feita no meio da loja, na frente de outros clientes, e Vilma “ficou surpresa, revoltada e envergonhada”, disse a filha. “Foi muito constrangedor.”

“Fazia perguntas e a fiscal não respondia”, lembrou Danielle. A filha de Vilma contou ter pedido para chamar a polícia, que não apareceu. A família teve que ir embora para não perder o embarque, que aconteceria no portão 43.

Na véspera, Vilma havia sido homenageada na Câmara dos Deputados. A ex-porta-bandeira participou de uma sessão solene para marcar o Dia da Consciência Negra. Ela desfilou no corredor do plenário, fazendo uma espécie de abre-alas para a exposição “Pensamento Negro no Brasil: uma Conexão Ancestral”, que tem um painel dedicado a ela.

“Entrei no avião lotado aos prantos, com todos me olhando. Foi uma humilhação que nem eu, nem a minha mãe imaginávamos passar nessa vida. Estamos tristes e traumatizadas até agora. Foi um absurdo! Cheguei a perguntar se ela estava fazendo isso conosco por causa da nossa cor”, disse Danielle, filha de Vilma Nascimento, no Instagram.