Governador do DF diz que Lázaro faz polícias 'quase como de bobas'
Do Mais Brasília

Governador do DF diz que Lázaro faz polícias ‘quase como de bobas’

Suspeito de matar uma família de Ceilândia está foragido há oito dias na região do povoado de Edilândia, em Goiás

Governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha (Foto: Marcello Casal Jr/ABr)

Governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha (MDB) disse que Lázaro Barbosa, 32 anos, suspeito de matar uma família em Ceilândia (DF) e foragido na região do povoado de Edilândia, próximo a Cocalzinho de Goiás, vem fazendo “a polícia do Distrito Federal e de Goiás quase como de bobas”.

A fala foi dada a jornalistas do Metrópoles após o gestor assinar o Termo de Compromisso para a regularização fundiária do Condomínio Privê Morada Sul – Etapa C, no Jardim Botânico, na manhã desta quarta (16). A caçada a Lázaro já entra no oitavo dia.

“Essa caçada nos impressiona muito. São quase 300 homens da polícia do Distrito Federal e de Goiás que estão atrás desse marginal e que não conseguiram ainda localizá-lo. Espero que isso aconteça o mais rápido possível, para que a gente possa tranquilizar as famílias daquela região e dar a punição devida a esse marginal que vem causando tanto mal e que vem fazendo a polícia do Distrito Federal e do Goiás quase como de bobas.”

Chacina em Ceilândia

Lázaro assassinou com golpes de faca e tiros o empresário Cláudio Vidal, 48 anos e os dois filhos, Gustavo Marques Vidal, 21, e Eduardo Marques Vidal, 15, em 9 de junho. No mesmo dia, ele ainda sequestrou a esposa e mãe das vítimas, Cleonice Marques, 43.

O corpo dela foi encontrado na manhã do último sábado (12/6) em um córrego localizado no Sol Nascente, local conhecido como Córrego das Corujas, no meio da mata entre a BR-070 e a DF-180. A mulher estava nua, de bruços e com diversos cortes no corpo.

Após o crime contra a família, o acusado se tornou um fugitivo da polícia. Desde então, o homem tem cometido uma sequencia de crimes entre o Distrito Federal e Cocalzinho de Goiás (GO). Em muitos casos, o “modus operandi” se repete.

Confira a linha do tempo do criminoso:

  • Madrugada de quarta-feira (9/6):

Lázaro Barbosa invadiu a chácara da família Vidal, localizada no Núcleo Rural Alexandre Gusmão, Km-13 da BR-070. No local ele matou o empresário Cláudio Vidal de Oliveira e os filhos Gustavo Marques Vidal e Carlos Eduardo Marques Vidal com golpes de faca e tiros. Em seguida sequestrou a mãe e esposa das vítimas, Cleonice Marques.

  • Quinta-feira (10/6):

Lázaro invadiu uma nova chácara, na mesma região do triplo homicídio. No local ele fez a proprietária e o caseiro de reféns por cercas de três horas. Às vítimas, o homem confessou ter matado a família e balbuciava palavras e frases desconectas. Ele fez uma refeição no local e obrigou os reféns a usarem droga com ele. O homem fugiu levando uma arma de fogo, R$ 200 em espécie e algumas roupas. Cleonice Vidal seguia desaparecida.

  • Sexta-feira (11/6):

Lázaro invadiu uma chácara em Ceilândia. No local o suspeito fez o caseiro de refém e roubou um veículo Fiat/Pálio, cor branca. O criminoso utilizou esse automóvel na fuga e seguiu em direção a Cocalzinho de Goiás (GO). Na madrugada, por volta das 3h30, ele incendiou o veículo às margens da BR-070. Cleonice Vidal ainda não tinha sido encontrada.

  • Sábado (12/6):

]No início da tarde, o corpo de Cleonice Marques foi localizado em um córrego no Sol Nascente por familiares. Um irmão da vítima fez o reconhecimento e, posteriormente, a PCDF confirmou ou a identidade da mulher. Neste mesmo dia, na parte da tarde, Lázaro invadiu outra chácara em Cocalzinho de Goiás (GO). O local pertence à família de um soldado da PMDF que atua no 8º Batalhão. Ali, o criminoso ingeriu bebida alcóolica e quebrou portas, janelas e vidraças. Ele ainda cortou a internet do local.

Por volta das 19h, uma nova chácara no local conhecido como Lagoa Samuel, em Cocalzinho (GO) foi ponto de visita do criminoso. Na casa estavam três homens, uma senhora de idade e uma criança. Ele atirou no trio, roubou duas armas, munições e fugiu pelo mato. Duas das três vítimas ficaram em estado grave e foram encaminhadas para o hospital de Anápolis.

No fim do dia, por volta das 23h30 da noite, Lázaro ainda teria ateado fogo a uma outra chácara da região. Minutos depois, ele chegou a trocar tiros com a Polícia Militar de Goiás (PMGO). A polícia fechou o cerco na região.

  • Domingo (13/6)

Na manhã do domingo, a Polícia Federal (PF) e o Batalhão de Operações Especiais (Bope) da Polícia Militar do Distrito Federal (PMDF) foram para Cocalzinho em reforço a procura por Lázaro Barbosa Sousa. Foragido há cinco dias, o criminoso já tinha deixado um rastro de terror em destruição em toda a região.

Também nesta manhã, por volta das 8h, três caseiros de uma chácara do município goiano afirmaram a polícia que encontraram com Lázaro. Os homens relataram que foram até a porteira, armados com foices e facões e viram o suspeito na entrada. De acordo com o relato dos trabalhadores, ele fugiu pela mata fechada.

Já na parte do domingo, Lázaro quase foi capturado. Após invadir uma nova chácara e roubar um Corsa vermelho, o homem entrou novamente na BR-070 para fugir.

A polícia montou diversos pontos de bloqueio e seguiu na procura pelo automóvel. Por volta das 18h30, o carro foi encontrado abandonado na estrada, próximo à Edilândia (GO). Policiais e cães farejadores entraram na mata para localizar o suspeito.

  • Segunda-feira (14/6)

Durante todo o dia a procura pelo suspeito seguiu sendo realizada. Nenhuma movimentação foi registrada até a noite. Por volta das 20h, Lázaro invadiu uma nova chácara e trocou tiros com o caseiro. Segundo o trabalhador, o criminoso chegou a ser atingido, mas não foi capturado.

Para a polícia, o homem informou que Lázaro invadiu a propriedade à procura de comida e que, após ele negar o acesso, eles trocaram tiros. Novamente, as forças de segurança que atuam na ocorrência, PMDF, PMGO, PCDF, PRF e PF fecharam o cerco na região.

Também neste dia, a família Vidal foi velada e enterrada no cemintério Campo da Esperança de Taguatinga, no Distrito Federal.

  • Terça-feira (15/6)

Pela manhã, imagens do circuito interno da câmera de segurança de uma fazenda flagraram Lázaro Barbosa de Sousa no local. pouco tempo depois, um caminhoneiro relatou ter visto um homem com as mesmas características atravessar a BR-070 e adentrar uma área de mata.

Também na parte da manhã, o proprietário de uma fazenda, na região de Relepra, há cerca de 10 quilômetros do local onde a força-tarefa montou uma base, afirmou que viu Lázaro Barbosa no milharal. O homem disse que acionou à polícia e que ela chegou após 40 minutos. Na sequência novos moradores afirmaram que viram o criminoso seguindo a pé pela BR-070. Uma moradora de uma fazenda da região afirmou ter visto Lázaro e pediu ajuda da polícia.

Na parte da tarde mais movimentação do criminoso. Outro proprietário de uma fazenda, que não quis se identificar, conversou com a equipe do Mais Brasilia que está no local. Para a reportagem, o homem afirmou que viu o suspeito dentro do milharal da propriedade e que avisou à policia.

No fim do dia, Lázaro Barbosa foi cercado por agentes de diversas forças de segurança em uma rodovia e abriu fogo contra a guarnição. Um policial chegou a ser baleado. O suspeito ainda manteve três reféns em uma propriedade rural que fica a 5 km de distância do povoado de Edilândia.

Neste dia, o laudo cadavérico de Cleonice Marques, da família Vidal, apontou que a mulher teve a orelha arrancada, os cabelos cortados e foi executada com dois tiros na nuca.

Ainda fora descobertas fotos sensuais de Lázaro Barbosa para enganar possíveis vítimas nas redes sociais.