Grupo suspeito de aplicar ‘golpe do falso empréstimo’ é alvo de operação da PCDF

A Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF), em conjunto com a Polícia Civil de Goiás (PCGO), deflagrou, na manhã desta quinta-feira (26/5), a Operação São Francisco contra grupo suspeito de aplicar golpes do falso empréstimo e causar prejuízo em diversas vítimas do DF.

Os policiais cumpriram cinco mandados judiciais de busca e apreensão no Estado de Goiás. Os endereços dos mandados estão localizados em Goiânia e Trindade (GO). A ação também teve o apoio do Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT) e da Delegacia Estadual de Repressão a Crimes Cibernéticos (DERCC).

Segundo as investigações, os criminosos enviam mensagens SMS para vítimas do DF oferecendo empréstimos, a juros abaixo do mercado, e com números de telefone para contato. Após o primeiro contato telefônico com os suspeitos, a vítima é orientada a enviar documentos pessoais e preencher ficha de cadastro, por meio de site em nome da empresa de fachada, ou enviar a documentação para o e-mail informado pelo falso atendente.

Em seguida, a vítima recebe uma ligação informando que o empréstimo foi autorizado, mas que deverá realizar o pagamento de 10% do valor pretendido em conta bancária de titularidade de pessoa física informada pelos golpistas.

“Depois de a vítima efetuar o primeiro pagamento e expirar o prazo estipulado para o recebimento do empréstimo, o prejuízo é constatado, pois não há o efetivo recebimento do valor contratado”, destaca o delegado da DRCC, Dário Freitas.

A vítima então entra novamente em contato telefônico com a empresa e é informada de que para liberar o respectivo valor do empréstimo, ela deve realizar um segundo depósito referente à taxa, tarifa ou imposto extraordinário e imprescindível. “Desse modo, é possível verificar que o golpe se repete por diversas vezes”, conta o delegado.

As investigações apontaram, ainda, que o contratante só percebe que foi vítima de um golpe depois de realizar diversos depósitos em contas bancárias de terceiros, sem nunca colocar o valor do empréstimo acordado, momento em que deixa de efetuar os pagamentos e solicita a rescisão do contrato. No entanto, o suposto atendente da empresa deixa de atender as tentativas de contato da vítima ou solicita novo depósito para que efetue a falsa rescisão.

As apurações também levantaram que os perfis das vítimas são variados, compostos por funcionários públicos, jornalistas, policiais, dentre outros. Sendo, por vezes, pessoas que estão enfrentando dificuldades financeiras, muitas delas em virtude da pandemia e, ainda, por não ter crédito aprovado em instituições financeiras oficiais e, assim, procuram oportunidade de obtenção de créditos por outros meios.

Os investigados poderão responder por estelionato na modalidade eletrônica, lavagem de dinheiro, organização criminosa, bem como falsificação de documento público e particular.