No DF, mulher morre na fila do Cras no Paranoá na madrugada desta quarta (17) – Mais Brasília
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No DF, mulher morre na fila do Cras no Paranoá na madrugada desta quarta (17)

O caso aconteceu na madrugada desta quarta-feira (17/8)

Foto: Reprodução

Uma mulher de 44 anos, Janaína Nunes de Araújo, morreu enquanto esperava atendimento na fila do Centro de Referência em Assistência Social (Cras) do Paranoá, no DF.

O caso aconteceu na madrugada desta quarta-feira (17/8). De acordo com populares, a mulher aguardava, na fila do Cras, por atendimento, há 8 dias. Ainda segundo testemunhas, ela começou a passar mal por volta das 4h, com sinais de infarto.

No Distrito Federal existem 29 postos do Cras. O órgão realiza o cadastramento e as atualizações de cadastros da população de baixa renda, inscrita no CadÚnico. E, portanto, também está sob supervisão da Secretaria de Desenvolvimento Social (Sedes-DF).

Recentemente, as filas de espera dos Cras do DF foram alvo de denúncia à Polícia Federal (PF) pela própria Sedes-DF, que suspeita da venda de vagas nas filas.

Sobre o caso da morte dessa mulher nesta quarta (17), a Sedes-DF divulgou uma nota. A Secretaria de Saúde do Distrito Federal (SES-DF) também respondeu à imprensa via nota.

De acordo com nota da SES-DF, ” a vítima se sentiu mal nas proximidades do CRAS Paranoá por volta das 20h, segundo relatos de pessoas próximas, mas não procurou atendimento médico. Às 4h18, há registro de um chamado telefônico realizado ao SAMU, mas aos 41 segundos de atendimento, a ligação foi interrompida pelo solicitante. Registra-se que o médico regulador sequer teve oportunidade de ser informado do quadro da paciente”.
Ainda segundo nota da SES-DF, “às 4h26, a senhora Janaína deu entrada no Hospital Regional do Paranoá e foi atendida prontamente. Ela apresentava cianose de face (rosto roxo), corpo rígido e pupilas medio fixas. Na emergência, os profissionais utilizaram técnicas de ressuscitação cardiopulmonar (RCP) conforme determinam os protocolos. Às 5h, após várias tentativas, foi declarado óbito da paciente. Foi solicitada necropsia do corpo para identificar a causa da morte.”

Em nota, a Sedes-DF diz ter realizado 108 atendimento nesta manhã e se solidarizou com os familiares da vítima.

Leia a nota na íntegra:

“É com profundo pesar que a Secretaria de Desenvolvimento Social tomou conhecimento de que a senhora Janaína Nunes Araújo, 44 anos, sentiu-se mal nas proximidades do CRAS Paranoá e que, após ser socorrida e levada ao Hospital Regional do Paranoá, veio a óbito.

Diante do lastimável ocorrido, esta secretaria manifesta solidariedade aos familiares e amigos, e informa que está prestando toda a assistência necessária.

Em relação às pessoas que buscam por atendimento nas diversas unidades da Sedes, a pasta destaca que promove constantes alinhamentos com as forças de segurança para atuação nesses locais. Além disso, a orientação para qualquer intercorrência percebida pelo cidadão é que acione o CORPO DE BOMBEIROS MILITAR, o SAMU ou a POLÍCIA MILITAR, respectivamente, pelos telefones 193, 192 e 190.

A distribuição de senhas varia de acordo com a capacidade de atendimento diária de cada unidade. No caso do CRAS PARANOÁ, ontem foram 108 atendimentos considerando demanda espontânea, pessoas agendadas e atendimento com algum especialista. Além dessa atuação na unidade, foi inaugurado mais um posto de atendimento na região, com o objetivo de aumentar o número de atendimentos.

Em relação à redução da demanda e da espera por atendimento, a Secretaria de Desenvolvimento Social informa que vem promovendo seguidas ações para viabilizar cada vez mais o atendimento ao cidadão, das quais

1 – Reestruturação do quadro de pessoal, com mais de mil nomeações de novos servidores da carreira de assistência social;

2 – Ampliação da carga horária dos servidores de 30 para 40 horas. Com isso, a média de atendimento mensal dos 29 Cras sobe de 30 para 42 mil;

3 – Depois de 10 anos sem inauguração, abrimos 4 unidades nesta gestão: 2 CRAS (Sol Nascente e Recanto das Emas), reabertura do CRAS Samambaia Expansão e um CREAS em São Sebastião;

4 – Equipe móvel para as regiões com maior índice de vulnerabilidade social. Só esta equipe faz uma média mensal de 2,5 mil atendimentos;

5 – Parceria com uma organização da sociedade civil colocando mais 14 pontos de atendimento de cadastro único. As unidades do Paranoá, Estrutural e Santa Maria começaram a funcionar no dia 11 deste mês (quinta-feira). Nesta semana, começaram a operação no Gama e em Planaltina e os demais gradualmente no decorrer de agosto.

6 – Convênio com o Corpo de Bombeiros para realizar mutirões aos sábados para preenchimento e atualização do Cadastro Único nos CRAS, iniciado na semana retrasada;