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No MPDFT, relatório apresenta dados da violência doméstica durante pandemia da Covid-19

Segundo os pesquisadores, será possível desenvolver diretrizes para um plano de retomada pós-Covid inclusivo em termos de gênero

Foto: Freepik/Reprodução

Foi divulgado nesta quarta-feira (24/8) o primeiro relatório do projeto “Entendendo os Impactos da Covid-19 na Violência Doméstica no Brasil”.

A divulgação ocorreu durante seminário realizado no Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT).

A pesquisa foi realizada pela Universidade Federal do Ceará (UFC) e pelo Instituto Maria da Penha (IMP) e é financiada pela Sexual Violence Research Initiative (SVRI).

O estudo avalia o impacto da pandemia da Covid-19 e as respostas associadas à crise sanitária em relação à violência doméstica e familiar contra mulheres e crianças no Brasil.

Segundo os pesquisadores, será possível desenvolver diretrizes para um plano de retomada pós-Covid inclusivo em termos de gênero.

O trabalho, foi apresentado pelo coordenador do projeto, o professor da UFC José Raimundo Carvalho, que concluiu que houve aumento da violência contra as mulheres pelos companheiros. Essa violência se deu de forma heterogênea nas cidades estudadas.

Outra conclusão importante foi a de que os serviços de atenção às mulheres em situação de violência apresentaram dificuldades para prestar assistência em todas as cidades estudadas, mas especialmente em Porto Alegre, Fortaleza e Recife.

Durante a abertura do evento, a procuradora-geral de Justiça do DF, Fabiana Costa, ressaltou a importância da pesquisa.

“Que os dados apresentados no relatório sejam suficientes à fundamentação de propostas efetivas para o enfrentamento dessa questão e para o fortalecimento da rede de proteção às mulheres”, disse.

O vice-reitor da UFC, José Glauco Lobo também destacou a relevância do relatório.

“Este trabalho também reforça, incontestavelmente, um dos pilares básicos da universidade, da ciência e do cientista, de se colocarem sempre a serviço da sociedade. Tenho certeza de que o resultado ficará marcado e deixará legado que contribuirá, de forma sólida e duradoura, para que no futuro ajude a conduzir nossas ações de forma mais assertiva”, afirmou.

Para a coordenadora do Núcleo de Gênero do MPDFT, Cíntia Costa, “colaborar para a divulgação desse relatório é reconhecer a importância das pesquisas científicas para a obtenção de dados e construção de diagnóstico para o aprimoramento de políticas públicas e atuação mais efetiva da rede de proteção às mulheres”.

A ativista Maria da Penha fez o encerramento do evento.

“Esses dados mostram como necessitamos de políticas públicas transversais e comprometidas com vida das mulheres; A pesquisa também comprova que a educação formal é uma arma contra a violência doméstica”, destacou.

A divulgação do relatório foi o último evento do “Ciclo de Diálogos da Lei Maria da Penha”, iniciado pelo Núcleo de Gênero em abril deste ano, e está disponível no canal Secor MPDFT, no YouTube.