PCDF: Hacker invadiu sistemas roubando 76 milhões de credenciais privadas e de órgãos públicos
Até o momento, foram presas duas pessoas (de 22 e 24 anos), sendo uma delas apontada como um dos principais hackers do Brasil
A Polícia Civil do DF realizou, entre os dias 9 a 12 de abril, uma operação para combater um grupo envolvido em invasões de sistemas governamentais e obtenção ilegal de credenciais privadas e de órgãos públicos. Aproximadamente 76 milhões de credenciais foram conseguidas dessa maneira ilícita.
Batizada por Operação Vigília, a ação ocorreu por meio de investigações e solicitações de Medidas Cautelares ao Poder Judiciário e contou com o apoio do Instituto de Criminalística da PCDF.
Foram cumpridos mandados de prisão preventiva, temporária e de busca e apreensão nas cidades de Feira de Santana/BA, Penalva/MA e Fortaleza/CE. Até o momento, foram presas duas pessoas (de 22 e 24 anos), sendo uma delas apontada como um dos principais hackers do Brasil.
Na residência de um dos hackers, com auxílio de peritos da PCDF, foi identificado um programa chamado Olho de Deus, contendo aproximadamente 76 milhões de credenciais.
Essas credenciais incluíam informações privadas de empresas, acesso a bancos de dados pessoais e órgãos públicos, algumas permitindo acesso a sistemas internos e sensíveis desses órgãos.
Em interrogatório, o hacker, apontado como o hacker mais expressivo do grupo, confessou ter invadido diversos sistemas privados e governamentais, incluindo os de Tribunais e de uma agência americana, por meio de um malware. Ele afirmou ter criado um banco de dados com as 76 milhões de credenciais, as quais eram negociadas e vendidas na internet, principalmente via grupos no Telegram.
O hacker já havia sido preso pela Polícia Federal em 2020 e 2021 por invasões a sistemas governamentais. Ele também é investigado por outros ataques cibernéticos em países como República Dominicana, Trinidad e Tobago, Argentina, Tailândia, Vietnã e Nova Zelândia.
Vários computadores e celulares foram apreendidos e serão submetidos a exame pericial para determinar a gravidade de cada credencial encontrada no banco de dados, bem como para verificar a autenticidade dos dados atribuídos à agência americana. Um suspeito permanece foragido.
Destaca-se que no dia 10/04/2024, foram cumpridos dois mandados de prisão contra o hacker, um da Justiça Federal e outro da Justiça do DF, sendo que ele foi localizado pela Polícia Federal, em Feira de Santana/BA, momentos antes da chegada das equipes da PCDF, por ter quebrado uma tornozeleira eletrônica estabelecida pela Justiça.