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PCDF mira organização criminosa que aplica golpes em idosos para ostentar vida luxuosa

Uma das vítimas do Distrito Federal, um idoso de 72 anos, transferiu a quantia aproximada de R$ 180 mil, após ter sido enganado pela organização criminosa

Foto: Divulgação/PCDF

A Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF) deflagrou, na manhã desta terça-feira (4), uma operação contra uma organização criminosa que rouba dados de vítimas pela internet, principalmente idosos, extorquindo altas quantias em dinheiros de contas bancárias para levar uma vida luxuosa. Para realizar o golpe, os criminosos criaram empresas.

Segundo a PCDF, a operação é decorrente de uma investigação policial iniciada em julho de 2022, quando verificou-se a atuação de uma organização criminosa especializada em fraudes eletrônicas, atuante não só no Distrito Federal, como também em todo Brasil.

De acordo com o delegado-chefe da 38ª DP, João Ataliba Neto, que coordena a operação, os criminosos solicitavam o envio de documentos pessoais e uma selfie das vítimas, sob o argumento que seria aberta uma nova conta com seus nomes, para as quais elas deveriam transferir o dinheiro que possuíam. As vítimas, acreditando na situação, encaminhavam os documentos solicitados.

Uma das vítimas do Distrito Federal, um idoso de 72 anos, transferiu a quantia aproximada de R$ 180 mil, após ter sido enganado pela organização criminosa.

Foram identificadas quatro empresas utilizadas pelo grupo criminoso nas práticas ilícitas. São elas: Simplifica Consultoria; Lua Seviços; Vilela Princess Comércio de Roupas Ltda e LF Soluções Financeiras. A polícia ainda conseguir o bloqueio de R$ 127 mil que estavam nas contas bancárias das empresas investigadas.

Também foram identificados cinco integrantes da organização criminosa, sendo três homens e duas mulheres, com idade entre 20 e 22 anos.

A Operação Sísifo, coordenada pela 38ªDP, em Vicente Pires, no DF, teve como objetivo cumprir quatro mandados de prisão temporária e nove de busca e apreensão no Estado do Rio de Janeiro e um mandado de prisão temporária e dois de busca em apreensão no Estado da Bahia. As buscas foram realizadas nas empresas e nos endereços residenciais dos investigados.

Conforme apurado, o grupo criminoso obtinha os dados pessoais e financeiros das vítimas, preferencialmente idosos, e, por meio de centrais telefônicas clandestinas instaladas em empresas de fachada. Os criminosos telefonavam para as vítimas passando-se por funcionários da área segurança dos bancos em que elas possuíam conta.

Por efetuarem ligações de números 0800, bem como por estarem em posse de informações financeiras precisas das vítimas, os envolvidos passavam grande credibilidade e induziam e mantinham essas pessoas em erro ao afirmar que as contas bancárias delas estavam sob a suspeita de fraude.

“Após serem abertas as novas contas, os autores solicitavam a realização das transferências dos valores e, como as contas estavam sob a titularidade das vítimas, elas acabavam por transferir todos os valores que possuíam na conta bancária que acreditavam estar com suspeita de fraude”, explica o delegado. “Logo em seguida, os golpistas, de posse das senhas das contas recém-abertas, efetuavam a transferências dos valores auferidos para as contas bancárias de empresas de fachada localizadas nos estados do Rio de Janeiro e da Bahia”, acrescenta Ataliba.

“Estima-se que, em todo território nacional, o grupo criminoso tenha feito mais de 100 vítimas. A investigação prossegue visando-se quantificar o número total de vítimas do grupo criminoso, tanto no DF, como em todo território nacional, bem como quantificar o valor auferido com os crimes praticados”, finaliza o delegado-chefe da 38ª DP.

Os integrantes da organização criminosa desfrutavam uma luxuosa vida, realizando viagens nacionais e internacionais, participando de festas badaladas e de festas em comunidades do Rio de Janeiro, comprando diversos bens de luxo.

Segundo a PCDF, as diligências continuam para localizar e apreender produtos adquiridos pelos crimes praticados, para bloqueio de outros ativos financeiros, além da identificação de outras vítimas.

Os investigados responderão pelos crimes de fraude eletrônica, organização criminosa e lavagem de dinheiro. Caso condenados, por cada crime de estelionato praticado contra idosos, os autores estarão sujeitos a uma pena que pode alcançar até 10 anos de prisão. Pelos crimes de lavagem de dinheiro e associação criminosa eles estão sujeitos a uma pena que pode alcançar 13 anos de prisão.