PM do DF que apontou arma para empresária foi cobrar dívida da esposa

Advogada da muher afirmou que a mulher do militar marcou o encontro, mas o PM que apareceu no escritório

O policial militar do Distrito Federal flagrado em um vídeo agredindo e apontando uma arma para uma empresária foi cobrar uma dívida da esposa. O caso ocorreu na tarde dessa quarta-feira (13/10), no Riacho Fundo.

Nas imagens gravadas pelo circuito de segurança é possível ver o momento em que o militar, identificado como Osiel Alves da Silva, lotado no 17º Batalhão de Águas Claras, aponta a arma de fogo para a mulher.

O vídeo também mostra toda a brutalidade e agressões realizadas pelo homem. Em determinado momento ele arrasta a mulher puxando-a por um braço e chega a enforcar a vítima. Por serem imagens fortes, o Mais Brasília vai mostrar apenas alguns trechos.

Dívida alta

De acordo com a advogada que representa a empresária e não quis se identificar por medo de represálias, a dívida da cliente é algo em torno de R$ 40 mil e a transação origina era com a esposa do policial.

No dia do ocorrido, a mulher do PM marcou de ir conversar com a empresária, mas quem apareceu no local foi o militar. Ainda de acordo com a advogada, antes das agressões terem início houve uma discussão quanto  divergência de valores, mas a própria esposa do militar teria mandando uma mensagem confirmando a informação repassada pela empresária.

Na sequência, o militar começou a pegar objetos de valor, assim como dinheiro, pedras preciosas, dólares e euros que a mulher guardava no escritório onde administra as empresas que tem.

Ocorrência

O caso foi registrado na 29ª Delegacia de Polícia (Riacho Fundo). Porém, segundo a advogada, para fugir do flagrante o PM se apresentou na 21ª DP (Taguatinga Sul).

No local, o militar chegou a devolver alguns objetos levados do escritório, mas segundo a advogada, o policial reteve um cheque e valores em espécie.

“Na delegacia, ele (o militar) a todo tempo tentou intimidar a minha cliente. Durante a conferência dos pertences, o agressor ainda chegou a dizer que ‘existiam formas ainda piores de cobrar’”, relembra a defensora.

A advogada ainda denuncia que militares da Corregedoria da Corporação, que estavam no local para acompanhar o andamento da ocorrência, chegaram a pedir que o caso não fosse levado à imprensa.

“Segundo ele, era para ‘não sujar a corporação’. Mas eu perguntei se eles recolheriam a arma, afastariam o policial ou prenderiam ele porque ele saiu da delegacia armado e se mostrou uma pessoa desequilibrada, mas eles (Corregedoria) me disseram que se a Polícia Civil não prendeu, eles não prenderiam”, detalhou.

Exame de corpo e delito

A vítima, de 43 anos, fará exame de corpo de delito no Instituto Médico Legal (IML) nesta quinta-feira (14/10).

De acordo com a advogada, a mulher está em choque e bastante machucada devido às agressões.

“Por conta do enforcamento, minha cliente não consegue engolir”, afirmou.

Ainda segundo a defensora, a vítima tem esposo e teme por seus familiares.

O outro lado

Em nota, o Centro de Comunicação Social da Polícia Militar do DF (CCS) afirmou que após apresentação voluntária do PM na delegacia foi lavrada uma ocorrência dos fatos e serão apurados.

Ainda segundo a coporação, “A Polícia Militar do Distrito Federal abrirá o devido processo para apurar a conduta do policial e até que os fatos sejam elucidados medidas cautelares serão adotadas e o policial será afastado das atividades de policiamento”.

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