Polícia investiga grupo criminoso ligado ao PCC que exigia dinheiro de vítimas do DF para não revelar conversas íntimas na internet

Foram cumpridos um mandado de prisão temporária e três mandados de busca e apreensão na cidade de São Paulo

A Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF) deflagrou, na manhã desta quinta-feira (25), uma operação para desarticular um grupo de criminosos que coagiu um homem, morador do Distrito Federal, a transferir R$ 4 mil para as contas deles.

Caso o homem não realizasse a transferência do dinheiro, os criminosos iriam revelar à esposa e a familiares dele, conversas íntimas mantidas com um perfil falso, em um site de relacionamentos na internet.

A ação policial, batizada por Operação Catfish e conduzida por meio da Coordenação de Repressão aos Crimes Contra o Consumidor, a Propriedade Imaterial e a Fraudes (CORF/PCDF), contou com o apoio da Polícia Civil do Estado de São Paulo (PCSP).

Foram cumpridos um mandado de prisão temporária e três mandados de busca e apreensão na cidade de São Paulo.

Na investigação da Corf, os policiais ainda identificaram outros dois suspeitos, que estão ligados ao Primeiro Comando da Capital (PCC), facção criminosa sediada no Estado de São Paulo. Um dos acusados já possui passagem por roubo qualificado.

Segundo coordenador da Corf/PCDF, o delegado Wisllei Salomão, todo o material apreendido (celulares, dispositivos eletrônicos e documentos) será analisado e poderá identificar outras vítimas, moradoras de vários estados.

Caso os investigados sejam condenados pelos crimes de extorsão, associação criminosa, uso de documento falso e lavagem de dinheiro, ele podem pegar mais de 15 anos na prisão.

“As pessoas que forem vítimas de tal crime devem procurar imediatamente a delegacia de polícia mais próxima e registrar uma ocorrência policial. É importante ainda destacar que os perfis usados pelos criminosos são sempre falsos e os principais alvos são homens casados, idosos e adolescentes”, finaliza o delegado.

 

Saiba mais sobre esse tipo de golpe:
• A vítima conhece alguém através de sites e aplicativos de relacionamentos e das redes sociais;
• Após adquirir confiança, as conversas passam a serem realizadas via aplicativos de mensagens dos celulares, onde a vítima é induzida a fornecer dados, contar assuntos pessoais e encaminhar fotografias e vídeos íntimos;
• A vítima passa a receber ameaças, através de mensagens provenientes de outros números de celulares, de divulgação do material íntimo para cônjuges e familiares ou até mesmo de publicação indiscriminada na internet, exigindo que a vítima transfira valores para a conta de terceiros;
• Mesmo tendo efetuado pagamentos, os autores continuam a solicitar valores.
• Dicas de prevenção:
• desconfiar do perfil de pessoas nas redes sociais que não conheça anteriormente ou que não tenha nenhum vínculo de amizade com algum conhecido nas redes sociais. Nesse último caso, deve-se verificar se realmente se esse contato conhece a pessoa daquele perfil;
• nunca fornecer dados pessoais;
• não estabelecer conversas através de aplicativos de mensagens ou ligações telefônicas, já que os autores terão acesso ao número da linha telefônica da vítima;
• não contar assuntos pessoais ou encaminhar imagens ou vídeos íntimos, bem como não estabelecer conversas por vídeos com tais características;
• não submeter a qualquer ameaça de divulgação mediante o pagamento de valores.

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