Policiais do DF serão obrigados a fazer curso sobre violência contra mulher – Mais Brasília
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Policiais do DF serão obrigados a fazer curso sobre violência contra mulher

Ideia da governadora em exercício é a de capacitar todos os servidores da ativa sobre violência contra mulher em um ano

Foto: Divulgação

Em entrevista ao portal Metrópoles, a governadora em exercício do Distrito Federal, Celina Leão (PP), afirmou que vai assinar na terça-feira (9) um decreto que obriga todos os servidores da ativa das forças de segurança do Estado a fazer um curso de capacitação sobre violência contra a mulher.

“Seremos o primeiro Estado a ter 100% das forças de segurança treinadas na questão das mulheres”, diz Celina. “O programa vai se chamar ‘Ressignificar’. Em algum momento, eu acredito que todos homens que são agentes de segurança já foram machistas, é um problema estrutural. O programa vai identificar aqueles que precisam de acompanhamento psicológico, psiquiátrico, e vai ensinar conceitos imprescindíveis”.

A governadora afirma que, com o curso, o GDF anseia mudar a maneira como as forças de segurança recepcionam as mulheres que querem denunciar. “Não dá para ter um agente que receba uma vítima de estupro e diga ‘mas você estava vestida desse jeito?’. Todos precisam entender o que é crime de gênero”, completa. A governador estipulou prazo de um ano para que todos policiais civis, militares, penais e bombeiros estejam qualificados. Depois, a meta é estender o programa para o governo todo.

O Distrito Federal registrou 33 casos de feminicídio em 2023, o dobro das ocorrências do ano anterior. Na tentativa de complementar as medidas protetivas que o Judiciário concede, o governo criou um aplicativo para as vítimas que demanda a polícia militar de imediato quando é acionado pelo telefone.

“Infelizmente, há outros aspectos culturais que dependem principalmente das mulheres”, complementa Celina. “O primeiro é que a vítima precisa denunciar, e por isso estamos reforçando a rede de atendimento. O segundo é que as mulheres voltam a se relacionar com o agressor. A segunda chance pode custar-lhe a vida. E o terceiro ponto é que eventualmente as medidas protetivas do Judiciário não são suficientes, e por isso a gente precisa reforçá-las com outros meios”.

Por Alexandre Bittencourt, do Mais Goiás