‘Estou à disposição’ diz secretário de Saúde de Goiás após ser alvo de operação da PCDF

Operação investiga contratações irregulares de empresas de radiologia e imagem pelo Iges-DF

A Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF) cumpriu, na manhã desta quinta-feira (26/8), mandado de busca e apreensão na residência do secretário Estadual de Saúde de Goiás (SES-GO), Ismael Alexandrino, em Goiânia.

Ele se tornou alvo da Operação Medusa, que investiga supostas contratações irregulares de empresas de radiologia e imagem pelo Instituto de Gestão Estratégica de Saúde do Distrito Federal (Iges-DF), que administra o Hospital de Base de Brasília (HBB).

Alexandrino contou ao Mais Brasília que foi o último diretor presidente do Hospital de Base, antes da administração ser transferida ao Iges-DF. “Me falaram que a operação investiga a atual gestão do Iges-DF, e eu fui o último diretor do Hospital de Base”, disse o secretário.

Segundo Ismael, não chegou a acompanhar as diligências da polícia, pois estava em uma reunião em Brasília. “Eles [PCDF] não levaram nenhum documento, porque não existe e levaram um pendrive, pois não conseguiram abrir no computador da minha esposa. Eu imagino que sejam aulas que eu dou. E levaram também uma espingarda do meu pai, mas ela tem documento, mas só que é bem velha”, declarou.

O secretário afirmou que ficará à disposição para colaborar com as polícias do Distrito Federal e do Goiás. “Eu sou gestor público há 10 anos, nunca tive nada que contraria a minha conduta”, relatou.

“Como gestor público e coordenador de despesas, a gente tem que ter ciência que mais cedo ou mais tarde pode ter algum tipo de operação que queiram ouvir. Então, neste aspecto, eu encaro com naturalidade, só não acho natural que o modus operandi da Justiça, de se fazer uma visita policial sem nem ter ouvido antes”, completou Alexandrino.

Investigação

A Polícia Civil do DF cumpriu oito mandados de busca e apreensão em residências dos servidores do Iges-DF, que atuaram na contratação, em endereços vinculados à empresa contratada e a outras empresas ligadas a ela, sendo quatro mandados em Brasília e quatro em Goiânia.

As investigações tiveram início a partir de informações colhidas pela Promotoria de Justiça de Defesa da Saúde do Ministério Público do Distrito Federal (Prosus/MPDFT), que atuou em parceria com o Departamento de Combate à Corrupção e ao Crime Organizado (Decor/PCDF), com o apoio da Polícia Civil de Goiás (PCGO), para cumprimento dos mandados naquele estado.

Investigadores apontam que diversos contratos apresentaram problemas nos elementos técnicos dos atos convocatórios, “ignorando por completo o princípio da economicidade”. Além disso, constataram que os contratos firmados propiciaram gastos superiores aos que poderiam ter sido despendidos. Eles também descobriram conluio entre empresas para se revezar nas contratações.

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