Venda de imóveis no DF movimentou quase R$ 22 bilhões em 2021 – Mais Brasília
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Venda de imóveis no DF movimentou quase R$ 22 bilhões em 2021

Número superou o acumulado de 2020 em mais de R$ 4 bilhões e representa um crescimento de 22,7%

Foto: Brasal Incorporações/Divulgação

Um levantamento publicado nessa quarta-feira (9/2) pelo Sindicato da Habitação do Distrito Federal (SECOVI-DF) revelou que, em 2021, o Volume Geral de Vendas (VGV) acumulado no ano atingiu o valor de R$ 21,63 bilhões. Esse número supera o acumulado de 2020 em mais de R$ 4 bilhões e representa, segundo a entidade, um crescimento de 22,7%.

O balanço do SECOVI-DF aponta que o mês de março foi o destaque do ano e apresentou o maior valor de vendas e a maior variação positiva. Ainda de acordo com o boletim, 2021 teve um desempenho melhor do que o ano anterior entre os meses de janeiro e setembro.

Para o presidente do Sindicato no DF, Ovídio Maia, além da pandemia causada pelo novo coronavírus modificar o cenário para as moradias, o brasileiro tem o perfil de conquistar a casa própria e, com as alterações de mercado, ele encontrou a oportunidade de realizar o investimento.

“Temos uma média de 3 a 4 pessoas por imóvel no DF. De uma hora pra outra, foi necessário montar um escritório e uma sala de aula dentro de casa. O mesmo local virou a moradia, o espaço de lazer, a estação de trabalho, entre outras atividades da família. Esse cenário favoreceu o mercado e trouxe um benefício na compra e venda e locação de imóveis”, avalia.
Ainda conforme Maia, como as taxas de juros estavam baixas, a população se viu em condições de optar por um financiamento, uma vez que o valor de uma prestação acabou ficando próximo ao valor de um aluguel.
“Em Brasília temos uma base muito sólida no funcionalismo público. E essa condição gera, além da estabilidade financeira, uma facilidade bancária para empréstimos e financiamentos, com baixo risco de inadimplência. O brasileiro é patrimonialista. Em um momento de incerteza, seja na política ou economia, ele procura estabilidade e o foco é, em sua maioria, na escritura de um imóvel”, diz.

Conhecida por atuar no mercado imobiliário no DF há mais de 40 anos, na PaulOOctavio os números positivos apontados pelo SECOVI se confirmaram. Segundo a Organização, em 2021, houve um crescimento de 55% em relação aos números de 2020. A soma do VGV chegou a R$ 289 milhões.

“O mês de outubro foi o melhor em número de vendas. Tivemos três lançamentos no ano, dois deles justamente neste período: o Residencial Márcia Kubitschek, no Noroeste e o maestro Cláudio Cohen, no Guará II. Em novembro, lançamos também uma nova torre do complexo Península”, detalha Pedro Ávila, diretor comercial.

O diretor atribui a diversas variantes o aumento nas vendas de novos imóveis. Para ele, além de uma procura maior por unidades melhores, as taxas de financiamento ficaram atraentes a maior parte do ano.

“Enxergamos que esse favorecimento ao setor se deve a quatro diferentes eixos. Primeiro, as taxas de financiamento imobiliário estiveram competitivas e muito atraentes na maior parte do ano. Infelizmente, começaram a subir depois. O segundo eixo foi o INCC, que também esteve em patamares mais baixos, subindo só ao final do ano. O terceiro eixo é a nossa capacidade de oferta, com opções de empreendimentos em várias cidades, com tipologias que variam de apartamentos tipo de 1 a 4 quatros, apartamentos garden e coberturas duplex. Por fim, houve uma procura grande dos clientes por unidades melhores, devido ao home office”, pontua.

Estande de vendas da PaulOOctavio. Foto: Divulgação

Expectativas em 2022

De acordo com o SECOVI-DF, o segmento de lançamentos imobiliários que inclui imóveis em construção ou novos iniciou o ano de 2022 com 6.399 unidades em oferta, o que representa mais de R$ 6,3 bilhões à venda.

A região com a maior quantidade de unidades em oferta é o Setor Noroeste, que ainda está em expansão. Ali se concentram 1.627 unidades, o que representa R$ 3,1 bilhões.

Pela Brasal Incorporações, dos cinco empreendimentos lançados em 2021, quatro foram no Noroeste e um no Guará. Com resultado positivo nas vendas, para 2022, a previsão é de sete novos residenciais, a maior parte deles, no bairro em expansão.

“Estamos com excelentes expectativas, com aumento de até 70% em VGV de lançamentos com relação a ano anterior. Desde o início da pandemia, o mercado imobiliário de um modo geral cresceu e acreditamos que ele seguirá em alta”, aposta Jean Oliveira, diretor da filial Brasília.

Apesar de 2022 ser um ano atípico, com eleições e Copa do Mundo, a PaulOOctavio também se mostra positiva.

“Esperamos uma queda nas taxas de juros dos financiamentos, já que o BRB começou a puxar o mercado para baixo, e um recuo natural do INCC. Outro fator natural é a movimentação anual dos servidores, com muitos regressando a seus estados de origem e outros tantos vindo morar na capital. Por fim, como os preços dos imóveis estão defasados, acreditamos que há espaços para a alta”, finaliza Ávila.

Saiba Mais

  • Segundo a ANOREG – Associação dos Notários e Registradores, os registros de compra e venda de imóveis no DF nos primeiros onze meses de 2021 comparado à 2020 tiveram uma variação positiva de 44,33%;
  • O mês de setembro apresentou a maior quantidade de escrituras realizadas e maio de 2021 foi o mês com o menor número de registros;
  • Somente o mês de dezembro teve 3215 registros de compra e venda de imóveis.