Bolsa recua 0,8% arrastada por ações da Eletrobras e da Petrobras – Mais Brasília
FolhaPress

Bolsa recua 0,8% arrastada por ações da Eletrobras e da Petrobras

Bolsa brasileira destoou dos pares internacionais

Foto: Reprodução

Com fortes perdas das ações das estatais Petrobras e Eletrobras, a Bolsa brasileira destoou dos pares internacionais e fechou o pregão desta segunda-feira (30/5) em queda de 0,81%, aos 111.032 pontos.

Os papéis ordinários da Eletrobras recuaram 3,36%, após assembleia de debenturistas de Furnas, subsidária da empresa de energia, terminar sem definição sobre aporte na Madeira Energia, controladora da hidrelétrica Santo Antônio, em Rondônia.

O aporte é importante para dar continuidade à capitalização da Eletrobras, que vai diluir a participação do Estado de 72% para 45%. O prospecto que trata da operação determina que Furnas precisa do sinal verde de seus debenturistas até o dia 6; caso contrário, a privatização da estatal será suspensa.

No câmbio, o dólar oscilou próximo da estabilidade frente ao real, em uma sessão de menor liquidez por conta do feriado do Memorial Day nos Estados Unidos, e terminou o dia em leve alta de 0,31%, a R$ 4,7540 para venda.
Também pesou negativamente para a Bolsa brasileira nesta segunda a forte queda das ações da Petrobras, após novas declarações do presidente Jair Bolsonaro (PL) sobre a empresa.

As ações ordinárias da petroleira estatal cederam 2,16%, enquanto as preferenciais recuaram 1,99%, na contramão do preço do petróleo no mercado internacional, que marcou valorização de quase 2% e superou o nível dos US$ 120.
Bolsonaro afirmou nesta segunda que a Petrobras pode “quebrar o Brasil” se houver novos aumentos do diesel e atacou governadores por questionarem a redução do ICMS aprovada pela Câmara.

“É um crime se cobrar um real de ICMS por litro de óleo diesel”, disse Bolsonaro durante entrevista coletiva marcada para tratar das ações do governo federal em auxílio às vítimas das enchentes que mataram dezenas de pessoas em Pernambuco.

No mercado internacional, os preços do petróleo subiram acima de US$ 120 (R$ 569) o barril nesta segunda, alcançando o maior nível em mais de dois meses, enquanto os agentes de mercado esperam para ver se uma reunião da UE (União Europeia) chegaria a um acordo sobre a proibição das importações de petróleo russo.
A UE deve se reunir na segunda e terça-feira para discutir um sexto pacote de sanções contra a Rússia por sua invasão da Ucrânia.

Qualquer proibição adicional ao petróleo russo apertaria um mercado já com problemas de oferta em meio à crescente demanda por gasolina, diesel e combustível de aviação antes do pico da temporada de verão nos Estados Unidos e na Europa.

Com alta de cerca de 1,1%, os papéis da Vale acompanharam a alta do minério de ferro no mercado internacional e impediram uma queda mais intensa da Bolsa, no embalo da redução nas restrições de mobilidade na China.
Ainda no mercado local, os juros futuros subiram, após a FGV (Fundação Getulio Vargas) divulgar nesta segunda que o IGP-M (Índice Geral de Preços-Mercado) subiu 0,52% em maio, depois de avançar 1,41% em abril.

A desaceleração vem depois que a alta dos preços tanto ao produtor quanto ao consumidor mostrou alívio devido aos combustíveis. Ainda assim, o resultado ficou acima da expectativa em pesquisa da Reuters de alta de 0,46%, e levou o índice a acumular em 12 meses avanço de 10,72%.

“Fontes importantes de pressão inflacionária estão se estabilizando como a gasolina, que havia acelerado 5,86% no mês anterior e agora 1,01% na margem. Quanto mais tempo passa, mais essa alta ficará para trás, abrindo espaço para que a inflação seja mais baixa”, diz André Perfeito, economista-chefe da Necton.

Nos juros futuros, o contrato para janeiro de 2023 avançou de 13,33% para 13,41%, enquanto o papel para 2027 passou de 11,93% para 12,22%.

REDUÇÃO DAS RESTRIÇÕES DE MOBILIDADE NA CHINA IMPULSIONAM BOLSAS GLOBAIS
Já nos mercados globais, o dia foi de alta generalizada para as principais Bolsas, na esteira da redução nos casos de Covid-19 na China e da redução nas restrições de mobilidade no gigante asiático.

“A China registrou o menor número de novos casos de Covid em quase três meses, incentivando as autoridades a relaxar as medidas de restrição fortes que haviam sido tomadas desde março. Os casos caíram em Xangai e Pequim, as cidades mais importantes da China. A tendência está trazendo otimismo para os mercados de ações e commodities nesta manhã”, destacam os analistas da XP em relatório.

Nas Bolsas asiáticas, o Hang Seng, de Hong Kong, fechou o primeiro pregão da semana em alta de 2,06%, e o CSI 300, da China, avançou 0,69%. Já o Nikkei, de Tóquio, subiu 2,19%.
No mercado europeu, o FTSE-100, de Londres, avançou 0,19%, e o CAC-40, de Paris, subiu 0,72%. O DAX, de Frankfurt, teve alta de 0,79%.

Por Lucas Bombana