Morre Burt Bacharach, vencedor de três Oscar e autor de 'I Say a Little Prayer', aos 94 anos – Mais Brasília
FolhaPress

Morre Burt Bacharach, vencedor de três Oscar e autor de ‘I Say a Little Prayer’, aos 94 anos

Desde os anos 1960, suas canções ganharam a voz de importantes cantoras, como Dionne Warwick

Foto: Tim Wimborne/Reprodução/Agência Brasil
Morreu o músico americano, Burt Bacharach, aos 94 anos, uma figura central da cultura popular dos Estados Unidos e um dos maiores compositores do século 20. A notícia foi confirmada, nesta quinta-feira, por sua agente. A causa da morte não foi informada.

Desde os anos 1960, as composições de Bacharach entraram para o repertório de grandes intérpretes, sobretudo Dionne Warwick, que gravou o sucesso “I Say A Little Prayer”, em 1967, e “I’ll Never Fall In Love Again”, um ano depois.

Ao todo, foram 21 indicações e seis prêmios no Grammy. Nos anos 1960, Bucharach se tornou uma figura ubíqua —ele esteve nos rádios, nos discos, nas telas e nos palcos. Sua música foi parar no cinema e, com ela, Bucharach arrematou três estatuetas do Oscar.

Bacharach foi uma figura arquetípica do homem da metrópole americana. Decerto, um homem que difundiu um comportamento e uma forma de expressão musical em desuso no século 21. A elegância de suas composições se refletia em seu guarda-roupa, de ternos bem cortados e camisas alinhavadas, e na sua própria forma de ser e estar no mundo.

É o mesmo espírito romântico de suas canções sofisticadas, que combinam o alcance pop à orquestração sinfônica, da linhagem de George Gershiwn.

Ao lado do letrista Hal David, que morreu em 2021, Bacharach atingiu uma influência apenas comparável à da dupla Lennon e McCartney. Outros sucessos de Bacharach são “The Guy’s In Love With You”, de 1968, que chegou ao primeiro lugar nas paradas de sucessos dos Estados Unidos, sendo cantado por Herb Alpert, e “What’s New, Pussycat”, intepretada por Tom Jones, em 1965.

Até 2014, o hitmaker havia emplacado 73 grandes sucessos nos Estados Unidos, e 52 no Reino Unido. Mais de mil cantores gravaram suas composições, entre eles Dusty Springfield e a banda The Carpenters. As músicas também ganharam versões no jazz da guitarra Wes Montgomery e no saxofone de Stan Getz.

Nascido em Kansas City, no Missouri, Bacharach cresceu numa família judaica ligada à arte. Sua mãe era uma pintora amadora e escrevia algumas canções. Graças a ela, Bacharach acompanhou as primeiras aulas de piano. O judaísmo nunca teve tanta importância assim para ele, que não era religioso.

estudou na juventude com o compositor francês Darius Milhaud, que espalhou o fascínio pelo exotismo musical na Europa e nos Estados Unidos. Aos 28 anos, Bacharach viu sua vida se transformar ao conhecer, aos 28 anos, a famosa atriz e cantora alemã, Marlene Dietrich. A partir desse momento, ele se tornou diretor musical de Dietrich e maestro nos shows em discotecas.

Em 1962, conheceu Warwick nas gravações de The Drifters. No mesmo ano, a cantora gravou o primeiro sucesso com a assinatura do parceiro, “Don’t Make Me Over”. Pela musicalidade de Bacharach, Warwick definiu seu próprio estilo, sendo influenciada pelo romantismo das melodias que embalavam suas canções. Nos Estados Unidos, algum o chamavam de “Wagner da Lounge Music”, fazendo referência ao compositor alemão Richard Wagner.