Morre Michael Gambon, o Dumbledore de 'Harry Potter', aos 82 anos – Mais Brasília
FolhaPress

Morre Michael Gambon, o Dumbledore de ‘Harry Potter’, aos 82 anos

Ator britânico interpretou o personagem a partir do terceiro filme da franquia

Foto: Divulgação

O ator britânico Michael Gambon, que interpretou o personagem Alvo Dumbledore em parte da saga “Harry Potter”, morreu aos 82 anos nesta quinta-feira (28). A informação foi confirmada por um comunicado assinado por sua família.

“Estamos arrasados ao anunciar a perda do Sir Michael Gambon. Amado marido e pai, Michael morreu pacificamente no hospital com sua esposa Anne e seu filho Fergus ao lado de sua cama, após um ataque de pneumonia”, diz a nota.

Gambon começou sua carreira de ator no palco no início dos anos 1960 e depois passou para a TV e o cinema. Seus papéis notáveis na telona incluem um líder de gangue psicótico em “O Cozinheiro, o Ladrão, sua Mulher e o Amante” de Peter Greenaway, em 1989, e o idoso Rei George V em “O Discurso do Rei” de Tom Hooper, em 2010.

Mas seu personagem mais conhecido foi Dumbledore na franquia “Harry Potter”, um papel que ele assumiu a partir do terceiro filme da série de oito, depois de substituir o falecido Richard Harris em 2004. Gambon minimizou os elogios por sua atuação e disse que simplesmente interpretou a si mesmo “com uma barba colada e uma longa túnica”.

Michael John Gambon nasceu em 19 de outubro de 1940, em Dublin, filho de uma costureira e um engenheiro. A família mudou-se para Camden Town, em Londres, quando Gambon tinha seis anos, pois seu pai procurava trabalho na reconstrução pós-guerra da cidade.

Em 1962, fez um teste para o grande ator shakespeariano Laurence Olivier, que o tornou um dos membros fundadores do National Theatre no Old Vic, ao lado de outros jovens talentos emergentes, como Derek Jacobi e Maggie Smith.

Gambon construiu sua reputação no palco nos anos seguintes, ganhando destaque em particular com sua interpretação de Galileu em “A Vida de Galileu” de John Dexter em 1980.

A década de 1980 trouxe maior atenção a ele com o papel principal na série de TV “The Singing Detective”, em 1986, na qual interpretou um escritor que sofria de uma condição de pele debilitante, e cuja imaginação era a única forma de escapar de sua dor. A atuação lhe rendeu um dos seus quatro prêmios BAFTA.

Ele também ganhou três prêmios Olivier e dois Screen Actors Guild como parte de um elenco —por “Assassinato em Gosford Park”, de 2001, e “O Discurso do Rei”.

Gambon recebeu o título de honra de Comandante do Império Britânico em 1992 e foi cavaleiro por serviços prestados ao teatro em 1998, algo que ele chamou de “um pequeno presente agradável”, embora não tenha usado o título.

Com uma personalidade travessa, ele frequentemente inventava histórias. Por anos, mostrou a outros atores uma foto autografada de Robert De Niro que ele mesmo havia assinado antes de conhecer o ator americano.

Ele revelou em um episódio do “The Late Late Show” na Irlanda que convenceu sua mãe de que era amigo do papa.

Gambon se aposentou do palco em 2015 após sofrer problemas de memória, mas continuou atuando na tela até 2019. Disse a um entrevistador em 2002 que seu trabalho o fazia se sentir “o homem mais sortudo do mundo”.

Gambon se casou com Anne Miller em 1962, e o casal teve um filho. Embora nunca tenham se divorciado, nos últimos anos ele também teve outra parceira, a cenógrafa Philippa Hart, 25 anos mais jovem, com quem teve dois filhos.