Alysson Felix é aclamada por recorde e recuperação após gravidez de risco – Mais Brasília
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Alysson Felix é aclamada por recorde e recuperação após gravidez de risco

Ela passou um tempo sem conseguir andar e ganhou bastante peso após cirurgia de emergência

Allyson Felix
Foto: David Ramos/Getty Images

Allyson Felix teve há dois anos uma gravidez cheia de complicações, que colocou em risco sua vida e a de sua filha Camryn. Ela passou um tempo sem conseguir andar e ganhou bastante peso após a cirurgia de emergência. E, em Tóquio, aos 35 anos, obteve sua melhor marca nos 400 m desde 2015.

Os 49s46 que ela levou para fazer a volta na pista do Estádio Nacional a colocaram em um surpreendente terceiro lugar. O bronze fez da norte-americana a mulher com mais medalhas no atletismo na história dos Jogos Olímpicos. Com dez, ela deixou para trás a jamaicana Merlene Ottey.

No Japão, ela ainda terá a oportunidade de buscar seu 11º pódio, no revezamento 4 x 400 m, na manhã brasileira de sábado (7). Se alcançar o objetivo, vai ultrapassar também Carl Lewis e se tornar o esportista dos Estados Unidos, entre homens e mulheres, com mais medalhas no atletismo olímpico.

“Parabéns, Allyson Felix. Ter 35 anos nunca pareceu tão bom”, escreveu Lewis, apostando que seu recorde também será quebrado. “Que carreira e que inspiração! Agora, para o revezamento!”, acrescentou o ex-atleta de 60 anos, que acumulou nove ouros e uma prata nos Jogos de 1984, 1988, 1992 e 1996.

Felix chegou a Tóquio com seis ouros e três pratas, mas jura que não tinha a medalha como principal objetivo. “Soa como um clichê, mas acho honestamente que é mais do que correr para mim. Não fico muito presa nessa coisa de ganhar mais medalhas. A maior coisa para mim foi ter voltado”, afirmou.

“Mais cedo, eu estava revendo algumas gravações que fizemos quando eu estava no hospital com a Cammy. O trilho para recuperação teve momentos muito, muito difíceis, e foi nisso que pensei. Claro que eu sempre corro para o ouro, mas eu só queria sentir alegria, independentemente do que acontecesse na pista”, acrescentou.

Classificada com o sétimo tempo, ela não entrou na final como uma das favoritas, mas conseguiu surpreender. Se não foi possível acompanhar o ritmo de Shaunae Miller-Uibo, das Bahamas, ou buscar a dominicana Marileidy Paulino, Allyson travou ótimo duelo com a jamaicana Stephenie Ann McPherson pelo bronze.

A norte-americana estava atrás nesse confronto, porém apertou o ritmo nos 50 metros finais e conseguiu a marca de 49s46 que não alcançava fazia tempo. Ficou 0s15 à frente de McPherson, ultrapassada nas últimas passadas, e se tornou a mulher com mais medalhas na história do atletismo olímpico.