Copa América trouxe nova variante do coronavírus para o Brasil
FolhaPress

Copa América trouxe nova variante do coronavírus para o Brasil

O sequenciamento genético de amostras feito pelo Instituto Adolfo Lutz, identificou dois casos da variante B.1.621 entre 12 exames realizados

Foto: Divulgação

A realização da Copa América no Brasil trouxe pelo menos uma nova variante do coronavírus para o país. O sequenciamento genético de amostras (processo para identificação das cepas do vírus), feito pelo Instituto Adolfo Lutz, identificou dois casos da variante B.1.621 entre 12 exames realizados.

A informação foi revelada pelo jornal O Estado de S. Paulo, e confirmada pela Folha de S.Paulo.

As variantes foram identificadas no estado do Mato Grosso. Elas foram enviadas ao Adolfo Lutz no último dia 6, e o resultado saiu no último sábado (10) -antes disso, o instituto não havia trabalhado com casos relacionados à Copa América.

Dos 12 sequenciamentos feitos, os outros 10 identificaram a variante gama, aquela que foi encontrada pela primeira vez no estado do Amazonas.

A Folha de S.Paulo revelou que, até a última quinta-feira (8), apenas a cepa gama tinha sido encontrada nos exames feitos para a Copa América. Porém, pesquisadores já alertavam para a falta de transparência nas informações epidemiológicas divulgadas pela Conmebol.

O estado do Mato Grosso hospedou as seleções do Equador e da Colômbia, país onde o tipo B.1.621 foi identificado pela primeira vez.

Pela falta de estudos realizados até agora, essa variante é classificada pela Organização Mundial da Saúde como em alerta para mais monitoramento.

Os indícios apresentam modificações nas posições 484 e 501 da proteína chamada Spike. Tais particularidades podem estar associadas a um maior potencial de transmissão, mas para se ter certeza, mais investigações são necessárias.

“Ainda é cedo para tal afirmação. As mutações na proteína Spike são características que podem estar associadas a maior transmissibilidade, dependendo da posição”, explica Jesem Orellana, pesquisador da Fiocruz-Amazônia.

Ele explica que ainda faltam evidências epidemiológicas acerca da variante B.1.621.

O Instituto Adolfo Lutz avisou o estado do Mato Grosso e o Ministério da Saúde acerca dos resultados.

A Folha questionou o estado do Mato Grosso quando as amostras foram colhidas, se os pacientes em questão tiveram contato com outras pessoas desde então e quais protocolos estão sendo seguidos. Por enquanto, não houve resposta.

Até a última terça (6), 168 casos de Covid relacionados à Copa América haviam sido identificados. Destes, o sequenciamento genético (exame para identificar a cepa do vírus) foi realizado em 38, sendo que para 22 o processo já foi concluído e o resultado foi de variante gama.

Também até a última terça, 38 amostras haviam sido enviadas para sequenciamento, sendo que 22 processos já haviam sido finalizados e todos com resultado para a variante encontrada pela primeira vez no Amazonas.