Ataque terrorista mata 9 pessoas em restaurante da Somália
Governo diz que extremistas foram neutralizados seis horas após explosões e tiroteios na capital
Ao menos nove pessoas foram mortas em um ataque a um restaurante sofisticado em Mogadíscio, a capital da Somália. A ação foi reivindicada pelo Al-Shabaab, grupo terrorista ligado à Al Qaeda.
Seis civis e três agentes de segurança morreram no atentado, segundo autoridades. Outras 20 pessoas ficaram feridas nas explosões e tiroteios intensos que apavoraram a população durante seis horas.
A ação começou pouco antes das 20h de sexta (9) no horário local (14h em Brasília), quando sete homens armados invadiram o hotel Pearl Beach, onde está localizado o restaurante, e fizeram reféns. Sem divulgar detalhes, a polícia disse que todos os agressores “foram neutralizados” por volta das 2h deste sábado (20h de sexta em Brasília) —o paradeiro e o estado de saúde deles são desconhecidos.
Segundo as forças de segurança, 84 civis foram resgatados. Yaasin Nur, uma das vítimas que estava no restaurante, disse que o local estava cheio no momento do ataque porque havia sido reformado recentemente. Neste sábado, destroços do estabelecimento, cacos de vidro e manchas de sangue continuavam espalhados na rua.
Em nota, a polícia de Mogadíscio descreveu os agentes mortos como “bravos heróis”. Já o Al-Shabaab comemorou o que chamou de ação exitosa. “Eles [terroristas] conseguiram entrar na praia de Pearl.”
A ação ocorreu meses após o presidente somali, Hassan Sheikh Mohamud, declarar “guerra total” contra o grupo e iniciar uma ofensiva militar em setembro com o suporte da inteligência dos Estados Unidos.
Lideranças do grupo extremista foram expulsos das principais cidades da Somália de 2011 a 2012, mas, segundo testemunhas, buscaram refúgio e continuam atuando em áreas rurais. Desde então, o Al Shabab tem feito ataques sangrentos de retaliação para demonstrar a capacidade da organização de atacar centros urbanos, bem como instalações militares no país.
Em novembro passado, integrantes do grupo atacaram outro hotel em Mogadíscio, em ação que resultou na morte de nove pessoas. No final de maio, seus combatentes atacaram uma base que abrigava tropas de paz de Uganda localizada 130 km a sudoeste de Mogadíscio, matando 54 soldados.