Dólar acelera alta e vai para R$ 5,17 – Mais Brasília
FolhaPress

Dólar acelera alta e vai para R$ 5,17

"O comportamento dos ativos financeiros no Brasil continua refletindo o cenário político, em especial, o desenrolar da CPI da pandemia", explicaram em nota analistas da Genial Investimentos

Foto: Periódico Cubano

O dólar sobe 1,67%, a R$ 5,1720, à medida que os operadores monitoravam o clima político tenso em Brasília e aguardavam a divulgação da ata da última reunião de política monetária do Fed (banco central americano).

“O comportamento dos ativos financeiros no Brasil continua refletindo o cenário político, em especial, o desenrolar da CPI da pandemia”, explicaram em nota analistas da Genial Investimentos. “As denúncias de corrupção na compra de vacinas têm se constituído em um importante fator de incertezas.”

O governo de Jair Bolsonaro está envolto em suspeitas referentes a compras de vacinas e, com isso no radar, a CPI dá andamento aos depoimentos ao ouvir nesta terça-feira a servidora Regina Célia Silva Oliveira, fiscal de contratos no Ministério da Saúde que autorizou a compra do imunizante indiano Covaxin.

Na semana passada, a ministra Rosa Weber, do STF (Supremo Tribunal Federal), autorizou a abertura de inquérito para investigar suposto crime de prevaricação de Bolsonaro.
Com o governo sob pressão cada vez maior, vários investidores começavam a voltar sua atenção para as eleições presidenciais de 2022, ressaltando que uma disputa polarizada entre candidatos enxergados como populistas pelos agentes do mercado tenderia a elevar a cautela.

No exterior, o dólar opera em alta contra divisas emergentes, dentre as quais o pior desempenho é do real. O foco dos mercados internacionais está na ata da última reunião de política monetária do Fed, que será divulgada na quarta (7) e pode oferecer pistas sobre quando e como o banco central americano reduzirá seu estímulo e elevará os juros. Qualquer sinalização mais dura com a inflação, pode beneficiar o dólar, dizem especialistas.

Além disso, analistas do Bradesco afirmaram em nota que “preocupações com os impactos da variante Delta do coronavírus sobre o processo de reabertura da economia global pesam sobre os negócios nesta manhã”.

A cepa Delta é altamente transmissível e tem elevado a cautela dos investidores nos últimos dias, principalmente devido à disparada de casos em países asiáticos. Ocorrências dessa variante já foram identificadas no Brasil.
O dólar já tem alta de 4,15% contra o real desde que tocou uma mínima em mais de um ano para encerramento, de R$ 4,9062, em 24 de junho. Mas, no acumulado de 2021, a moeda segue em território negativo, com queda de 1,6%.