Polícia de NY prende suspeito de ataque a tiros no metrô e o acusa de terrorismo

Frank James, 62 anos, foi preso na tarde desta quarta-feira (13)

A polícia de Nova York prendeu na tarde desta quarta-feira (13) Frank James, 62, suspeito de ser o atirador no ataque realizado na terça em uma estação do metrô da cidade. A ação deixou ao menos 23 feridos, sendo 10 baleados. Ele foi acusado de cometer um ato terrorista contra o sistema de transportes de massas, segundo as autoridades, e, se condenado, pode pegar prisão perpétua.

James foi preso após a polícia receber a denúncia de um morador da cidade, depois de mais de 24 horas de buscas. Ele tem ao menos 12 passagens pela polícia, sendo 9 em Nova York e 3 em Nova Jersey.

“Nós o pegamos”, disse o prefeito de Nova York, Eric Adams. “Vamos proteger as pessoas dessa cidade e prender aqueles que acreditam que podem trazer terror aos nova-iorquinos comuns.”

O suspeito teve a identidade divulgada em uma entrevista coletiva horas após o ataque e havia sido classificado apenas de “pessoa de interesse”. Sua possível conexão com o crime foi estabelecida por ele ter alugado uma van de mudança cuja chave foi encontrada na estação -o veículo estava a poucos quarteirões do local, mas vazio. Foram encontrados ainda uma arma de 9 milímetros (comprada por James em 2011, segundo o governo), três pentes com munição e um cartão de crédito no nome do suspeito.

Ele fugiu da cena do crime também de metrô e pegou o mesmo trem que muitas das vítimas tomaram para tentar fugir do ataque, disseram as autoridades.

James foi preso nesta quarta no bairro de East Village, em Manhattan, depois de ser notado em um McDonald’s por um morador que havia visto fotos dele em redes sociais e alertou as autoridades. Os policiais não encontraram o suspeito no local, mas pouco depois o prenderam em uma esquina movimentada. Ele não resistiu à prisão.

Mais cedo, em entrevista, o prefeito Eric Adams havia dito que as investigações iniciais apontavam que James aparentemente agiu sozinho e não teria outros ataques planejados.

Entre os atingidos pelos tiros, cinco ficaram em estado crítico, mas estável. Além dos baleados, a ação registrou pessoas feridas com estilhaços, quedas e inalação de fumaça, por exemplo. Ninguém corria risco de morrer, segundo a comissária do Departamento de Polícia de Nova York, Keechant Sewell.

A acusação de terrorismo oficializada nesta quarta contrasta com fala anterior da governadora do estado, a democrata Kathy Hochul, que dissera que o incidente não seria inicialmente investigado como ato terrorista -ela própria acrescentou, porém, que nenhum motivo poderia ser descartado.

O jornal The New York Times publicou um perfil de James nesta quarta, com base em relatos de ex-vizinhos que o definiram como um homem rude, frio e solitário. Em entrevista à publicação, a irmã de James, Catherine James Robinson, contou que ele “ficou sozinho a vida toda” e se disse surpresa com o ato. “Eu não acho que ele faria algo assim. Não é da natureza dele.”

O ataque ocorreu pouco antes de 8h30 desta terça (horário local), quando o atirador lançou bombas de fumaça no vagão e em seguida disparou ao menos 33 vezes, deixando o local na sequência. Vídeos postados nas redes sociais mostram passageiros em pânico saindo do trem para a plataforma.

No local do ataque, os investigadores encontraram uma bolsa com uma arma 9 milímetros semiautomática, além de outro revólver, uma machadinha, fogos de artifício e um recipiente de gasolina. O atirador, segundo a polícia, usava uma máscara de gás, um colete laranja de construção e roupa azul-escuro semelhante à de um trabalhador de trânsito. Foi oferecida uma recompensa de US$ 50 mil por informações que levassem ao suspeito.

O incidente ocorreu na estação da Rua 36, no bairro de Sunset Park, cuja população é, em sua maioria, formada por asiáticos e hispânicos. A área é conhecida por abrigar Chinatown, bairro de imigrantes chineses, e Industry City, um amplo distrito de armazéns que se tornou o lar de muitos negócios.

O ataque fez com que as autoridades de transporte suspendessem o funcionamento de linhas inteiras do metrô ou, em alguns casos, de parte delas. Nesta quarta, quando os trens voltaram a parar na estação do ataque, o prefeito Eric Adams reforçou que o sistema de transportes de Nova York é um ambiente seguro. “Eu estaria no metrô hoje, se não estivesse quarentenado [por causa da Covid]”, disse.

O ataque de terça se deu em meio a um cenário de crescente violência no sistema metroviário da cidade americana, o que já pressionava as autoridades locais por medidas que promovam a segurança pública.

Relatório divulgado pela Autoridade Metropolitana de Transportes (MTA, na sigla em inglês) em janeiro mostra que os assassinatos nesse ambiente cresceram 33% em 2021 em comparação com o ano anterior.

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