Quem bebe sozinho na adolescência tem mais risco de alcoolismo na vida adulta, diz estudo – Mais Brasília
FolhaPress

Quem bebe sozinho na adolescência tem mais risco de alcoolismo na vida adulta, diz estudo

A pesquisa, divulgada na revista científica Drug and Alcohol Dependence, avaliou se o consumo solitário de álcool aos 18 anos e aos 23

cerveja
Foto: Arquivo/Agência Brasil

Adolescentes que consomem bebidas alcoólicas a sós têm mais chances de sofrerem com alcoolismo na vida adulta e os riscos são ainda maiores entre as meninas, segundo estudo publicado nesta semana por pesquisadoras das universidades Carnegie Mellon e Michigan, nos Estados Unidos.

A pesquisa, divulgada na revista científica Drug and Alcohol Dependence, avaliou se o consumo solitário de álcool aos 18 anos e aos 23 e 24 anos estaria relacionado ao transtorno pelo uso de álcool (AUD, na sigla em inglês) aos 35 anos. A conclusão é que as chances de apresentar qualquer sintoma de alcoolismo na vida adulta são 35% maiores para adolescentes que bebem sozinhos e 60% maiores para os jovens adultos que têm esse hábito.

As pesquisadoras utilizaram dados da iniciativa Monitoring the Future, que acompanha jovens americanos por décadas, e compararam as respostas dadas por mais de 4.000 pessoas em diferentes momentos ao longo de 17 anos.

Ao analisarem os dados, Kasey Creswell, Yvonne Terry-McElrath e Megan Patrick perceberam não apenas a correlação mas também um risco maior entre as meninas. “Isso é preocupante considerando a tendência de mais mulheres bebendo sozinhas”, diz Creswell.

Segundo a pesquisadora, uma das principais razões para o consumo solitário de álcool está em lidar com as emoções negativas e essa relação parece ser ainda mais forte entre as mulheres, embora faltem pesquisas para explicar o fenômeno.

“Os pais podem conversar com seus filhos sobre outras maneiras de lidar com emoções negativas, incentivando-os a falar com amigos e familiares em quem confiam sobre como estão se sentindo e obter apoio quando precisarem. Para alguns, também pode ser necessário falar com um terapeuta e utilizar medicação”, aconselha.

As restrições impostas pela pandemia também merecem atenção, afinal, estabelecimentos como bares e casas noturnas tiveram seu funcionamento alterado, afetando a dinâmica das interações entre os jovens e a forma como consomem bebida. Para as pesquisadoras, é importante monitorar essa mudança para detectar precocemente o aumento no uso de álcool e evitar futuros casos de alcoolismo.

Por Stefhanie Piovezan