Tumulto durante fuga de afegãos para o Paquistão deixa um morto – Mais Brasília
FolhaPress

Tumulto durante fuga de afegãos para o Paquistão deixa um morto

Bilal Karimi, porta-voz do Talibã, disse que o grupo está "ciente da situação atual" na fronteira

Foto: Reprodução/Twitter

Pelo menos uma pessoa morreu ontem durante um tumulto na fronteira entre o Afeganistão e o Paquistão. Milhares de afegãos tentam deixar o país após o grupo fundamentalista Talibã tomar o poder.

Shahid Ullah confirmou à emissora norte-americana CNN que o pai Safi Ullah, 64 anos, morreu no incidente. “Eu e meu pai estávamos tentando cruzar a fronteira com o resto de nossa família, eu perdi meu pai na debandada, depois o encontramos morto”, disse ele.

Em um vídeo que circula nas redes sociais é possível ver uma multidão querendo entrar no Paquistão e as pessoas se empurrando, sem ter para aonde ir. “Não havia mais espaço, pois milhares e milhares se moviam em direção ao portão da fronteira”, relatou Abul Karim, morador de Spin Boldak à CNN.

Embora o Paquistão tenha dito que não aceitará mais refugiados afegãos, a passagem da fronteira terrestre Spin Boldak-Chaman entre os países permanece aberta. Apenas afegãos que viajam ao Paquistão para tratamento médico ou têm comprovante de residência no Paquistão, bem como portadores de um documento de identidade afegão chamado Tazkira, provando que vivem em Kandahar, têm permissão para cruzar para Chaman, no Paquistão.

Bilal Karimi, porta-voz do Talibã, disse que o grupo está “ciente da situação atual” na fronteira e que trabalha para reduzir o número de pessoas que tentam deixar o país.

“Estamos tomando medidas, conversando com os habitantes locais, para garantir que as questões na fronteira do lado do Emirado Islâmico do Afeganistão sejam tratadas. Estamos otimistas que em alguns dias, a formação do governo será anunciada, o que ajudará a superar questões incluindo travessias de fronteira”, disse ele.

Os Estados Unidos se retiraram por completo do Afeganistão na última segunda-feira (30), depois de 20 anos de presença militar no país. Na ocasião, o general do Comando Central Kenneth McKenzie informou ainda que os Estados Unidos encerraram a missão militar de evacuação de cidadãos americanos, de afegãos vulneráveis e de nacionais de outros países, e admitiu que não conseguiram tanta gente quanto gostariam.