CPI da Covid encerra sessão após apelo de representante da Precisa
FolhaPress

CPI da Covid encerra sessão após apelo de representante da Precisa

Emanuela Mendrades vai prestar depoimento nesta quarta (14/7), em conjunto com sócio-diretor da Precisa, Francisco Maximiano

Emanuela Medrades
Foto: Pedro França/Agência Senado

O presidente da CPI da Covid-19, senador Omar Aziz (PSD-AM), decidiu encerrar a sessão desta terça-feira (13/7) após insistentes pedidos de adiamento por 12 horas da depoente Emanuela Medrades, representante da Precisa Medicamentos.

Ao retornar a sessão, que havia sido interrompida até que o Supremo Tribunal Federal (STF) se pronunciasse sobre um pedido da comissão, a depoente apenas respondeu sobre sua função na Precisa. Em seguida pediu o adiamento da sessão, alegando estar “exausta”.

“É humanamente impossível você passar o dia inteiro nessa tortura, depois vir aqui e precisar depor por mais oito horas, sendo que eu estou totalmente disposta a esclarecer e eu só pedi 12 horas de adiamento”, afirmou.

Omar Aziz chegou a dizer que a depoente não iria “correr uma prova de mil metros” e que todos estavam exaustos. A senadora Eliziane Gama (Cidadania-MA) então questionou se a depoente iria colaborar em uma eventual sessão na quarta (14/7). Após a resposta afirmativa, Aziz então encerrou a sessão.

Medrades vai prestar depoimento a partir da manhã desta quarta, em conjunto com o sócio-diretor da Precisa, Francisco Maximiano.

A depoente foi a sessão desta terça amparada por um habeas corpus do Supremo que garante o direito a não criar provas contra si. Medrades evitou responder, no entanto, até questões que pouco diziam respeito a ela.

Aziz encaminhou oficialmente um embargo de declaração ao STF questionando os limites do habeas corpus, o que motivou a interrupção na sessão. Ele questionou no documento se a depoente já cometeu crimes por falso testemunho.

O presidente do STF, Luiz Fux, atendeu parcialmente a dois embargos (recursos), um apresentado pela CPI e outro pela defesa de Emanuela Medrades, que decidiu ficar em silêncio em seu depoimento.

Pela decisão de Fux, caberia à depoente decidir se a resposta a uma pergunta poderá incriminá-la, mantendo, assim, o silêncio.

O magistrado, no entanto, disse que nenhum direito é absoluto e que cabe à CPI avaliar se a depoente abusa dessa prerrogativa, afirmando que a comissão tem os instrumentos para adotar providências.