Ex-ministro do GSI diz que crítica de Lula a militares foi 'profunda covardia' – Mais Brasília
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Ex-ministro do GSI diz que crítica de Lula a militares foi ‘profunda covardia’

O general disse que afirmações desse tipo não pacificam o país nem o meio militar

Foto: Reprodução

Ministro do GSI (Gabinete de Segurança Institucional) durante o governo Michel Temer, o general da reserva Sérgio Etchegoyen disse que declarações do presidente Lula sobre as Forças Armadas mostram “profunda covardia”.

Etchegoyen, em entrevista na terça (17/1) à TV Pampa, no Rio Grande do Sul, fez referência a encontro de Lula na semana passada com jornalistas no qual o presidente afirmou que houve “muita gente das Forças Armadas aqui de dentro conivente” com os ataques golpistas do dia 8 de janeiro.

O general disse que afirmações desse tipo não pacificam o país nem o meio militar.

“Um presidente da República, comandante supremo das Forças Armadas, que vai à imprensa dizer que não confia nas suas Forças Armadas, sabe desde já que nenhum general vai convocar uma coletiva para responder a ofensa. Então, isso é um ato de profunda covardia. Porque ele sabe que ninguém vai responder.”

Etchegoyen disse ainda ter visto uma “velha técnica de procurar culpados, de achar alguém para pagar o pato por aquilo”. “Não vai ser tendo acusações ou ouvindo desaforos do comandante supremo que ele terá o respeito das Forças Armadas. É a minha opinião.”

Também afirmou que as Forças são baseadas na hierarquia e na disciplina e não romperão seus critérios para rebater críticas. “Eu estou dizendo porque estou na reserva. Não estou falando em nome de ninguém”, disse o general.

Quando o Supremo Tribunal Federal anulou as condenações de Lula e devolveu seus direitos políticos, em 2021, Etchegoyen escreveu artigo criticando a decisão e afirmando que a medida desestabilizava o país.

Lula, nesta quarta-feira (18/1), disse que o serviço de inteligência do governo “não existiu” para prevenir o ataque e que integrantes das Forças Armadas que quiserem fazer política têm de tirar a farda e renunciar do seu cargo.

“As Forças Armadas não são o poder moderador como pensam que são”, disse ele, no último dia 12.