Frente de quartel virou incubadora de atos violentos, diz ministro de Lula – Mais Brasília
FolhaPress

Frente de quartel virou incubadora de atos violentos, diz ministro de Lula

No último sábado (24), uma bomba foi encontrada nas imediações do Aeroporto Internacional de Brasília

Foto: Zeca Ribeiro/Câmara dos Deputados

O futuro ministro da Secretaria de Relações Institucionais de Luiz Inácio Lula da Silva (PT), Alexandre Padilha (PT), atrelou nesta segunda-feira (26/12) as tentativas de atos terroristas no Distrito Federal a grupos bolsonaristas e disse que o presidente Jair Bolsonaro (PL) incentiva as ações.

No último sábado (24), uma bomba foi encontrada nas imediações do Aeroporto Internacional de Brasília. O artefato explosivo foi plantado por um bolsonarista que participava de manifestações em frente ao quartel-general do Exército na capital federal.

“Ele [Bolsonaro] incitou hordas bolsonaristas a tentarem fazer algum tipo de reação, a desrespeitarem as instituições, e transformaram as frentes dos quartéis em incubadoras de atos violentos, de atos que tentam desrespeitar a democracia e o resultado eleitoral”, disse Padilha.

Em depoimento à Polícia Civil do Distrito Federal, George Washington de Sousa, 54, confessou que tirou suas licenças como CAC (categoria que reúne caçadores, atiradores e colecionadores) em outubro de 2021, inspirado em Bolsonaro.

“Nós ganhamos as eleições e o atual presidente da República, em um gesto antidemocrático, ainda não reconheceu a derrota, não teve o gesto de fazer uma ligação ao presidente eleito, já diplomado”, completou o petista.

A segurança está sendo reforçada para a posse de Lula. Segundo Padilha, o futuro ministro da Justiça, Flávio Dino, e o próximo diretor da PF (Polícia Federal), Andrei Rodrigues, já estão cuidando dos preparativos para o evento, que poderá chegar a 300 mil pessoas.

Em entrevista nesta segunda-feira, Dino afirmou que irá antecipar alguns atos de segurança para a manhã do dia 1º para que não haja vácuo de poder.

“Queria reforçar o convite às pessoas: venham a Brasília, venham celebrar e reforçar a democracia, a vitória do voto popular”, seguiu Padilha, em frente ao hotel onde Lula está hospedado.

FUGA DE BOLSONARO
Futuro responsável pelas articulações políticas do governo, Padilha fez ainda um deboche sobre o respeito de Bolsonaro por seus apoiadores quando respondia sobre a viagem do presidente aos Estados Unidos nesta semana.

Ele já decidiu que não passará a faixa a Lula. As opções de como o presidente eleito receberá a faixa estão sendo fechadas pela equipe de transição.

“Essa atitude de fugir do Brasil, de ir para os braços do [ex-presidente norte-americano Donald] Trump, é típica de um líder de barro, que demonstrou, após as eleições, que não tem a mínima condição de dirigir o Brasil e nem de liderar um movimento. Fico imaginando aqueles seguidores que ele têm -uma minoria praticando atos de ódio-, a cara deles, quando Bolsonaro foge do Brasil.”

Por Lucas Borges Teixeira