'Impeachment é um remédio extremo', diz presidente do STF – Mais Brasília
Agência Brasil

‘Impeachment é um remédio extremo’, diz presidente do STF

Ministro Luiz Fux afirmou que recursos devem ser apresentados pelas vias cabíveis

Luiz Fux, presidente do STF
Foto: Fernando Frazão/Agência Brasil

O presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Luiz Fux, afirmou, nesta quinta-feira (26/8), que aqueles que discordam de decisões judiciais devem apresentar recursos pelas vias cabíveis, e não pedidos de impeachment contra magistrados.

“Não é possível no país que decisões judiciais sejam criminalizadas. Aqueles que não aceitam decisões judiciais devem se utilizar dos recursos próprios, das vias próprias jurisdicionais, e não do impeachment, porque o impeachment, tem, digamos assim, uma roupagem de ameaça, de cassação de um juiz por suas opiniões”, disse Fux. “O impeachment e um remédio extremo”, afirmou o presidente do Supremo.

As declarações de Fux foram feitas um dia depois de o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM-MG), ter rejeitado um pedido de impeachment contra o ministro do STF Alexandre de Moraes, que havia sido apresentado pelo presidente Jair Bolsonaro.

Fux defendeu decisões recentes de Moraes que foram tomadas mesmo sem manifestação prévia da Procuradoria-Geral da República (PGR), como a prisão do ex-deputado Roberto Jefferson, presidente do PTB.

“Se há uma ameaça, a ameaça já é passível de intervenção pelo Judiciário”, disse Fux. “Se nós sabemos que estão sendo arquitetados atos antidemocráticos, que podem gerar consequências gravíssimas, é dever do Judiciário utilizar a chamada tutela de urgência”, acrescentou ele.

“Se um cidadão anuncia que já está montando uma operação para invadir o Supremo Tribunal Federal, nós vamos esperar essa invasão? Não, temos de agir imediatamente, e posteriormente enviar para o Ministério Público, como ocorreu com o inquérito da fake news”, disse o presidente do STF.

As falas foram dadas durante evento organizado por uma casa de investimentos. Fux participou de um painel com o título “Democracia e Segurança Jurídica: caminhos para o desenvolvimento”, na manhã desta quinta-feira (26/8).