Produtores de soja agora dizem que sempre defenderam a democracia – Mais Brasília
FolhaPress

Produtores de soja agora dizem que sempre defenderam a democracia

Grupo nega qualquer aporte de recursos e diz defender a democracia

Foto: Reprodução

Os produtores de soja que, segundo o cantor Sérgio Reis, estavam financiando os atos a favor de Jair Bolsonaro e contra o Supremo Tribunal Federal (STF) no dia 7 de setembro agora negam qualquer aporte de recursos e dizem defender a democracia.

Sérgio Reis almoçou com Bolsonaro e com o presidente da Aprosoja (Associação Brasileira dos Produtores de Soja), Antonio Galvan, na semana em que convocou o movimento do 7 de setembro em Brasília.

Depois do encontro, ele enviou um áudio para um amigo, “Marcelão”, em que detalhava o apoio.

Reis disse que se reuniu com 40 plantadores de soja, “os grandes do Brasil”, e que eles tinham bancado “a ida de 400 índios para Brasília e eu, bancaram tudo e eu apresentei 400 índios para o Bolsonaro”.

Os mesmos produtores pagariam os custos da manifestação de 7 de setembro. Segundo Reis, caminhoneiros parariam estradas. E foi além: os manifestantes invadiriam e “quebrariam” o STF caso o Senado não afastasse os magistrados da Corte em 30 dias.

A revelação de Reis rachou os produtores de soja. O ex-senador Blairo Maggi, terceiro maior produtor do mundo, afirmou que Galvan não poderia usar a entidade para apoiar o ato. Disse que uma paralisação de caminhoneiros seria “uma tragédia” e colocaria o Brasil “de joelhos”.

A Aprosoja (Associação Brasileira dos Produtores de Soja), que até então não tinha se manifestado, agora nega que esteja financiando o protesto.

Em nota, a Aprosoja afirma que “sempre defendeu de forma peremptória o Estado Democrático de Direito e o equilíbrio entre os Poderes da República e continuará a ter a mesma postura republicana”.

Diz ainda que “não financia e tampouco incentiva a invasão do Supremo Tribunal Federal ou quaisquer atos de violência contra autoridades, pessoas, órgãos públicos ou privados em qualquer cidade do país”.

Por Mônica Bergamo