Relembre outras prisões em CPIs após caso de ex-diretor acusado de pedir propina – Mais Brasília
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Relembre outras prisões em CPIs após caso de ex-diretor acusado de pedir propina

O presidente da CPI da Covid, senador Omar Aziz (PSD-AM), determinou a prisão de Dias, exonerado do cargo do governo de Jair Bolsonaro na semana passada após denúncia de pedido de propina revelada pelo jornal Folha de S.Paulo

Marcos Oliveira/Agência Senado Fonte: Agência Senado

A prisão do ex-diretor de logística do Ministério da Saúde Roberto Ferreira Dias, nesta quarta-feira (7), se soma a outros casos de detenções determinadas por CPIs (Comissão Parlamentar de Inquérito), como a do ex-prefeito Celso Pitta, em 2004. O presidente da CPI da Covid, senador Omar Aziz (PSD-AM), determinou a prisão de Dias, exonerado do cargo do governo de Jair Bolsonaro na semana passada após denúncia de pedido de propina revelada pelo jornal Folha de S.Paulo.

Aziz afirmou que o depoente mentiu em diversos pontos de sua fala e por isso determinou que a Polícia Legislativa “recolhesse” o ex-diretor do ministério. Uma CPI tem poder para prender um depoente se enxergar que houve flagrante delito. Veja outros episódios de prisão em CPI.

CPI do Tráfico de Armas – mai.2006
O presidente da CPI do Tráfico de Armas, deputado Moroni Torgan, mandou prender o advogado Sérgio Weslei da Cunha por desacato após pedido do deputado Aberto Fraga.
O advogado de supostos membros do PCC participava de uma acareação, e foi provocado pelo deputado Arnaldo Faria de Sá, que disse que Cunha aprendera com a malandragem a se esquivar de perguntas. O advogado respondeu: “A gente aprende rápido por aqui”, o que foi considerado uma ofensa aos parlamentares.

CPI dos Correios – jan.2006
Outro advogado preso por desacato por uma CPI foi Marcus Valerius Macedo. O presidente da comissão, senador Delcídio Amaral, determinou a prisão com base em pedido do deputado Geraldo Tadeu.
Tadeu propôs a quebra de sigilo fiscal de parentes do advogado, que respondeu: “E da mãe?”. Macedo prestava serviço à empresa Skymaster, investigada por suspeita de pagamento de propina.

CPI do Banestado – mai.2004
O ex-prefeito de São Paulo Celso Pitta foi preso por desacatar o presidente da CPI do Banestado, senador Antero Paes de Barros.
Barros havia perguntado ao ex-prefeito se ele não se considerava uma pessoa corrupta, ao que Pitta devolveu questionando como o senador se sentiria “se alguém perguntasse se ele continua batendo na sua mulher”.
Pitta foi conduzido à Polícia Federal e foi liberado no mesmo dia, após prestar depoimento.

CPI da Exploração Sexual – dez.2003
O advogado Abadio Marques de Rezende foi preso por desacato pela senadora Patrícia Saboya Gomes ao acompanhar o depoimento de um cliente à CPI da Exploração Sexual.
Rezende defendia o ex-campeão mundial de atletismo, José Carlo Barbosa, o Zequinha Barbosa, suspeito de pedofilia.

CPI dos Bancos – abr.1999
O ex-presidente do Banco Central Francisco Lopes foi preso por desacato e desobediência pelo presidente da CPI dos Bancos, senador Bello Parga, após se recusar a assinar o termo de compromisso de só falar a verdade. Lopes afirmou que seguia a recomendação de seus advogados.
A CPI investigava denúncias de irregularidades no sistema financeiro. De acordo com a Agência Senado, Lopes iria depor na condição de testemunha a respeito da decisão de vender dólares, a preços favorecidos, aos bancos Marka e FonteCindam, em meados de janeiro, pouco antes de ser implantada a política de livre flutuação cambial.