Criança e homem são baleados em ação da PF contra milícia de Rio das Pedras

Segundo a PF, os agentes não efetuaram disparos. O estado de saúde da criança é estável

Um menino de cinco anos e um homem de 57 foram baleados na noite desta terça-feira (21/12) durante uma ação da Polícia Federal na região de Rio das Pedras, área dominada pelas milícias na zona oeste do Rio de Janeiro. O caso ocorreu por volta de 20h, na localidade conhecida como Areinha.

Um vídeo gravado no local mostra uma mulher com o menino no colo entrando em um dos carros da PF. O quadro de saúde da criança é estável, segundo a Polícia Federal. Ela foi transferida na manhã desta quarta (22/12) para o Hospital Municipal Souza Aguiar, no centro do Rio.

O outro homem atingido na ação foi identificado apenas como Carlos. Ele foi atingido no púbis e precisou passar por cirurgia. Ele permanece internado no Hospital Lourenço Jorge, na Barra da Tijuca. A vítima seria morador da comunidade e deverá ser ouvida no inquérito que vai apurar o caso. Na ação, um agente da PF também foi ferido. Ele foi atingido por estilhaços.

Na versão da PF, seguranças do chefe da milícia que atua em Rio das Pedras dispararam contra policiais federais que estavam na entrada da comunidade. Segundo o órgão, “os policiais federais não efetuaram disparos e prestaram de imediato os primeiros socorros à criança e a conduziram para o Hospital Lourenço Jorge, na Barra da Tijuca [na zona oeste do Rio]”.

Em nota, a Polícia Federal acrescentou que “peritos criminais federais foram acionados para realizar a perícia técnica que subsidiará o inquérito policial instaurado para apurar as circunstâncias do fato e o autor do disparo que atingiu a criança e o policial federal”.

A comunidade de Rio das Pedras, localizada na zona oeste do Rio, é uma região dominada pela milícia e loteada pelo grupo paramilitar com centenas de construções irregulares -principal braço financeiro do grupo que também cobra taxas para uso de sinal clandestino de TV e internet, para venda de água e também realiza extorsões de dinheiro do transporte alternativo mediante ação violenta.

Por Marcela Lemos

Sair da versão mobile